facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

30 de Novembro de 2015, 13h:40 - A | A

POLÍTICA / ELEFANTE BRANCO

Esquema nas obras da Arena Pantanal pode ter sido maior que nas obras do VLT

O presidente da CPI das Obras da Copa afirmou que existem fortes indícios de irregularidades na construção da Arena Pantanal durante entrevista ao programa Conexão Poder, deste domingo (29), na TV Pantanal.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



O escândalo nas obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) poderá ser menor que o registrado na construção da Arena Pantanal. O assunto foi debatido pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, Oscar Bezerra (PSB), durante o programa Conexão Poder, na TV Pantanal, na noite deste domingo (29).

Segundo Oscar, de todos os documentos analisados até agora o do estádio é o que mais o assustou.  “Eu me assuntei com a questão da Arena Pantanal. Eu realmente esperava, quando eu adentrei no processo de investigação das 56 obras, que o VLT seria a chave de galana [no ditado popular significa ‘briga de cachorro grande’], mas a Arena é um escândalo gigantesco. Eram trezentos e poucos milhões inicialmente e finalizou em setecentos e poucos milhões”, confirma o presidente da CPI.

“Eu me assuntei com a questão da Arena Pantanal. Eu realmente esperava, quando eu adentrei no processo de investigação das 56 obras, que o VLT seria a chave de galana, mas a Arena é um escândalo gigantesco”, confirma o presidente da CPI.

Oscar lembrou ainda que a vínculo entre a empresa que projetou e a que construiu o estádio facilita a prática de crimes contra o erário público. “A empresa que fez o projeto está veiculada a empresa que executou a obra. Então todos os aditivos que ocorreram nesta obra foram premeditados no projeto para que os aditivos viessem e, consequentemente, desse um grande lucro econômico para a pessoa que executou e também para aqueles lobistas tradicionais que estão por traz do processo”, revela.

Outro detalhe que chamou a atenção do parlamentar é que o valor de alguns produtos usados para construir a Arena mais que dobrou de preço. “Um dos itens, que não lembro qual neste momento, estava orçado em R$ 22 milhões e eles finalizaram em R$ 157 milhões”, conta Bezerra durante a entrevista.

Conexão Poder

Oscar Bezerra

 Bezerra preside a CPI acusa mais escândalos em obras.

Também há fortes indícios de direcionamento de licitação. De acordo com o deputado, os documentos revelam que a empreiteira que construiu o estádio trocou e-mails com outra empresa que também iria concorrer ao processo licitatório, antes mesmo de vencer a concorrência, ou seja, a desconfiança é que eles já sabiam que venceriam a certame.

“A empresa GCP [ Arquitetos] trocava e-mails com a empresa que ganhou [a licitação] do estádio [no caso o Consórcio Santa Bábara Mendes Júnior]. Quer dizer uma ligação explícita nesta questão de direcionamento. Mas temos que ter, principalmente eu que estou presidindo a CPI das Obras da Copa, certo cuidado para não anteciparmos fatos nessas relações de entrevistas para não cometer crime de antecipação de condenação, então nós temos que preservar nomes nesta questão. Está caminhando para que essa pizza não vingue neste forno”, destaca o presidente da CPI da Copa.

Oscar Bezerra também confirmou que irá ouvir novamente o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) - que está preso há mais de 70 dias acusado de chefiar um esquema que concedia incentivos fiscais em troca de propina durante seu governo – em março de 2016. O ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães e o ex-deputado José Riva (sem partido), que também está preso por suposto desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa, devem ser ouvidos no mesmo mês.

Oscar Bezerra confirmou que irá ouvir o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães e o ex-deputado José Riva (sem partido) só em março do ano que vem.

“Falta à conclusão das fases. Nós estamos na segunda fase da CPI. Nós fizemos a primeira fase que era a montagem desse quebra-cabeça para elaborar o processo de licitação, que é está que estamos agora, e a fase da execução, em fevereiro. A equipe não para de trabalhar em dezembro e janeiro, todos os engenheiros que está no staff de contratação vão estar debruçados em cima das planilhas, dos números, fazendo os comparativos para adentrar no processo das execuções das obras. Eu acredito que em março será os grandes depoimentos da CPI com Silval, Mauricio, Riva que de certa forma participaram efetivamente para a vinda da Copa do Mundo para Mato Grosso e consecutivamente para as obras”, garante o deputado estadual.

 

VEJA  A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE OSCAR BEZERRA:

 

Comente esta notícia