\"Se Silval não terminar a obra do VLT, eu termino\", diz pré-candidato Julier

RepórterMT

Julier diz que obra atrasada não é o fim do mundo e que importante e o legado que vai deixar

DA REDAÇÃO

Se por um lado, a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cada vez mais, cai em descrédito perante a população, por outro, o modal de R$ 1,5 bilhão deve virar bandeira de campanha. Enquanto alguns candidatos atacam outros tendem a defender o trem cuiabano. 

"Se o governador não terminar a obra, eu termino". É o que já disse a interlocutores o ex-juiz federal e pré-candidato ao governo de MT, Julier Sebastião da Silva (PMDB).

O prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), que faz parte do bloco aliado ao também pré-candidato Pedro Taques (PDT), declarou em entrevista à Rádio Mix FM, nesta quarta (16) que o modal consumiria R$ 3 bilhões do bolso do contribuinte e levaria 10 anos para ser concluído dentro do projeto original. "Agora estamos vendo isso, a obra já está em mais de R$ 1,5 bilhão e não vai andar, a não ser que o trem pule; fizeram vários pedaços ai, mas e aí, vai colocar pneu pra andar no resto?" questionou o líder do PPS. 

Para o pré-candidato, o importante é que o VLT e as demais obras fiquem prontos e atrasos não são 'fim do mundo'. “Eu debito isso a questão própria de qualquer reforma. Se for uma reforma na sua casa você se incomoda com barulho,  pedreiro, poeira. Na cidade você não pode expulsar as pessoas. As intervenções promovem uma mudança total e, portanto, os atrasos não são o fim do mundo”, declarou. 

Segundo Julier, apesar dos problemas, o VLT é uma obra que coloca Cuiabá no seleto rol das cidades que possuem transporte de massa em trilhos. "Nós temos no Brasil quantas cidades com trem"? Brasília está parado; Salvador fizeram dois quilômetros e está parado. Se você analisar mesmo, só São Paulo tem metrô. Rio de Janeiro tem, mas é pequeno ainda. Porto Alegre tem o metrô de superfície. Cuiabá vai ser a única do país com VLT. 

OBRA BARRADA

Em agosto de 2012 os promotores Rodrigo Golívio e Ana Carolina Tannús Diniz e o promotor de Justiça Alexandre Guedes, que integram o Grupo Especial de Fiscalização do Planejamento e Execução da Copa do Mundo de Futebol 2014 (Geacopa 2014), obtiveram liminar para barrar a obra, sob argumento de que havia falta de planejamento na operação do modal, inexistência de política metropolitana de transporte coletivo e o fato de não haver possibilidade da obra ficar pronta dentro do prazo, além dos custos estabelecidos, que tornariam o projeto inviável. Também haveria, segundo o MP, suposta existência de irregularidades, especialmente, quanto à licitação por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC). 

O então juiz federal revogou no dia 16 de agosto de 2012 a liminar impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Estadual (MPE), que suspendia a obra em Cuiabá e VG. A decisão de parar os trabalhos havia sido proferida pelo juiz federal Marllon Souza. 

Julier ouviu os secretários estaduais Maurício Guimarães (Secopa) e Marcel Souza de Cursi (Fazenda), bem como Fernando de Lima, gerente do Consórcio VLT Cuiabá, responsável pela implantação do modal para basear sua decisão. Na época, os secretários e o consórcio asseguraram a viabilidade do VLT e afirmaram que cumpririam os prazos de entrega. Com a revogação, o Consórcio VLT Cuiabá foi autorizado a retomar os trabalhos iniciados. 

O governo, que prometeu entregar a obra em março deste ano, não conseguiu e promete, agora, entregar somente o primeiro ramal, que vai do Aeroporto Marechal Rondon, em VG, até a entrada do bairro CPA, em Cuiabá no final de 2014.