MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), afirmou em entrevista ao RepórterMT que não está satisfeito com o depoimento do ex-secretário de Estado, Éder Moraes, como testemunha, nesta quarta-feira (15), e que o mesmo pode ser convocado novamente para depor.
"Na realidade minutos antes da sessão o advogado dele de Brasília veio aqui querer convencer para ele não depor”.
“Quando a pergunta era sobre algo que poderia o comprometer, ele sempre escapava, atribuía a terceiros e não é bem assim o negócio. A gente sabe que tem um envolvimento sim, mas que ele estava ali querendo se isentar. Na realidade, minutos antes da sessão o advogado dele de Brasília veio aqui querer convencer para ele não depor”, revelou.
Como Bezerra não aceitou os argumentos do advogado, Éder respondeu a todos os questionamentos referentes às obras da Copa e segundo o presidente da CPI, mesmo se isentando de qualquer responsabilidade sobre irregularidades, fez declarações relevantes.
"Ele praticamente acusou o Silval de improbidade administrativa, quando disse que a definição do modal é do governo, não é de ninguém".
“Não convenceu, mas ao mesmo tempo contribuiu bastante porque esses fatores do Maurício Guimarães (ex-secretário da Secopa) que vai nos trazer um grande questionamento em cima do Maurício no depoimento dele e ele praticamente acusou o Silval de improbidade administrativa, quando disse que a definição do modal é do governo, não é de ninguém. Não é dele, não é do Riva. Então tem vários fatores na fala dele que vão contribuir muito para que as outras pessoas que virão”, frisou.
A maior possibilidade de que Eder seja ouvido novamente, segundo Oscar Bezerra é em uma acareação entre ele e Maurício Guimarães, mas isso deve ser definido somente após o depoimento do ex-secretário da Secopa, que ocorre ainda no mês de abril.
“Vamos ouvir Maurício Guimarães que foi bastante citado pelo Eder como fator incompetente de não resolução das obras e vamos provocá-lo diante da declaração do Eder para ver se ele tem uma reação da mesma forma contra o Eder, se for feito dessa forma aí será necessária a acareação porque daí os dois é que vão lá e nós vamos ter que detectar quem é que está mentindo para indiciar qualquer um deles, ou os dois”, ressaltou.
O presidente da CPI ainda frisou estar tranquilo quanto à colaboração de Maurício Guimarães, que foi demitido da assessoria da presidência da Assembleia Legislativa, logo que a CPI foi instalada, mas não deixou de lembrar que a participação do ex-secretário é obrigatória. “Convocado da CPI se não for por bem, vem coercitivamente, na marra. Então não tem esse negócio, não”, disparou.