CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
Em nova denúncia apresentada à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, nesta sexta-feira (17), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) afirma que o empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf, é quem garantia toda a dinâmica da “engrenagem criminosa”, instalada na Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), para exigir propina de empreiteiros e fraudar licitações.
Tal afirmação mostra que o Gaeco chegou à conclusão de que, diferentemente do que Malouf havia declarado aos promotores, em dezembro do ano passado, era ele quem comandava o esquema de corrupção e não o empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora e da Guizardi Júnior Engenharia, que executou papel de “testa de ferro” de Alan, conforme também é descrito pelo Gaeco na denúncia.
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Dono de buffet diz que empreiteiro chefiava esquema e que Taques operou Caixa 2
Reprodução
Fac-símile da denúncia apresentada pelo Gaeco à Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
De acordo com o Gaeco, foi Alan Malouf quem articulou junto ao ex-secretário de Educação de Mato Grosso, Permínio Pinto (PSDB), a inserção de Guizardi para atuar como operador de cobrança e recebimento de propina dos empreiteiros, que mantinham contrato de obras com a Seduc.
Giovani Guizardi foi o escolhido para desempenhar esse papel pois além de ser empresário do ramo da construção civil, também é casado com uma prima de Alan Malouf. Por meio dele, aponta o Ministério Público Estadual (MPE), Malouf garantiria o “pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso”.
Ainda segundo o Gaeco, foram as tratativas do dono do Buffet Leila Malouf que garantiram a “circunscrição” sobre o cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar, posto estratégico dentro da Seduc e que foi desempenhado por outros dois réus na ação penal, Wander Luiz dos Reis e Moisés dias da Silva, acusados de comporem a organização criminosa.
O ocupante de tal cargo, de acordo com a denúncia, garantia a pressão sobre os empreiteiros para pagamento da propina, uma vez que também detinha o controle sobre pagamentos de medições de obras.
Conforme o já divulgou, o interesse de Alan Malouf pelo esquema na Seduc se devia ao fato de querer resgatar um “investimento” de R$ 10 milhões que ele diz que teria feito à título de caixa dois na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014. Ainda na época da eleição, ele teria convidado Giovani Guizardi para também colaborar financeiramente. Guizardi afirma que doou R$ 300 mil, mas esse valor não consta no relatório de contas divulgado na página do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT).
Grão Vizir
O empresário Alan Malouf foi denunciado na 3ª fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir", que foi deflagrada em dezembro de 2016.
Também está pronto para julgado pela juíza Selma Rosane o recurso contra a decisão que colocou em liberdade o empresário Alan Malouf, feito pelo Ministério Público Estadual (MPE),o que pode determinar a volta para a prisão.
Malouf foi preso no dia 14 de dezembro de 2016, na 3ª fase da Operação Rêmora, denominada como Grão Vizir, mas foi colocado em liberdade 10 dias depois, por decisão da juíza plantonista Maria Rosi Meira Borba.
Outro lado
O advogado Huendel Rolim, responsável pela defesa de Alan Malouf, afirmou nesta sexta-feira (17) que seu cliente ainda não foi notificado acerca do recebimento da denúncia criminal perante a 7ª Vara Criminal de Cuiabá feita pelo Ministério Público Estadual contra o empresário, porém entende que será a oportunidade de apresentar a defesa. “Este é um trâmite processual aguardado para que possamos exercer o contraditório", disse.
A defesa reiterou, também, que Alan Malouf sempre esteve à disposição das autoridades competentes para prestar as informações necessárias, acreditando e confiando na Justiça.
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Paulo 18/02/2017
Tá certo! E todo esse esquema não tinha conivência e participação do Grão Vizir (o brimo) e nem da Rainha de Copas do Cerrado??? Hehehe... só cego não vê!
1 comentários