MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO
O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal da Justiça Militar de Cuiabá, encaminhou uma cópia integral do depoimento da senadora Selma Rosane Arruda (PSL), prestado no processo referente à Grampolândia Pantaneira, para o Ministério Público Estadual (MPE), na última quinta-feira (8). No DVD-R também contém uma cópia dos documentos anexados pelos réus cabo Gerson Corrêa Júnior e o coronel Evandro Alexandre Lesco.
“Em resposta aos ofícios n° 109/2019 e 114/2019, sirvo-me do presente para encaminhar 01 (um) mídia DVD-R, contendo cópia integral do feito referente à Grampolândia, depoimento da Dr. Selma Rosane Arruda colhido durante a instrução processual, bem como cópia integral dos documentos apresentados pelos acusados Gerson e Evandro Lesco", destaca o despacho.
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Na última terça-feira (6), o magistrado deu outra decisão sobre a ação e deferiu pedido para que a vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputada estadual Janaina Riva (MDB), fosse habilitada como assistente de acusação, já que ela também foi alvo de interceptações telefônicas ilegais.
Grampos
O caso dos grampos veio à tona em 2016 a partir de denúncia do promotor de Justiça, Mauro Zaque, que deixou a pasta de Segurança do Estado após relatar o caso e documentar a denúncia ao então governador Pedro Taques (PSDB).
Segundo a denúncia, policiais militares e integrantes da cúpula do Governo do Estado mantinham escutas telefônicas sobre as linhas de políticos, empresários, juízes e jornalistas. Para conseguir autorização judicial, os números eram anexados a uma lista para interceptação de pessoas investigadas por tráfico de drogas na Comarca de Cáceres. Um esquema também conhecido como “barriga de aluguel”.
Prisões
Foram presos no esquema o ex-comandante geral da Polícia Militar coronel Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Correa, que era o principal operador do sistema.
Durante o período de investigação, também foi deflagrada a Operação Esdras, que resultou na prisão dos ex-secretários de Estado Paulo Taques (Casa Civil) e Rogers Jarbas (Segurança Pública), além do ex-chefe da Casa Militar, Evandro Lesco; o tenente-coronel da PM, Michel Ferronato; a esposa de Lesco, Hellen Lesco; o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira; o cabo Gérson Correa Júnior e o sargento da PM João Ricardo Soller.
Os investigados teriam participado de uma suposta trama para afastar o desembargador Orlando Perri da relatoria do processo. Todos tiveram as prisões revogadas em março de 2019, após as eleições e saída do governador Pedro Taques da chefia do Executivo.