facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

12 de Junho de 2017, 12h:30 - A | A

PODERES / VEJA VÍDEO

Delator revela esquema de falsificações que livrou JBS de pagar multa de R$ 200 milhões em MT

Wesley Batista, dono do grupo JBS, diz que "lambança" foi feita pelo ex-governador Silval Barbosa após ele ter pago R$ 30 milhões em propina e ser notificado com multa de RS 200 milhões.

CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO



Em um dos vídeos de seu depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o empresário Wesley Batista dono do grupo JBS e delator na Operação Lava Jato, relata o que chamou de "lambança", se referindo às ações de falsificação coordenadas pelo ex-secretário de Fazenda do Estado, Pedro Nadaf a mando do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), após ele ter sido notificado com multa de R$ 200 milhões, tendo pago propina de R$ 30 milhões, em 'acordo' pela redução dos tributos por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).

“Fizeram uma outra lambança que nós concordamos. Sugeriram usar esta única fábrica que temos no interior, que tem o Prodeic, e então vamos estender o incentivo para todas as empresas”, declarou.

Preocupado com a cobrança que apontava que ele tinha débitos de anos anteriores e pelo fato do ex-governador já estar no final de seu mandato, Wesley disse que foi atrás de Silval para que o problema fosse solucionado.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

“Eu fiz um acordo com o governador, para receber os incentivos e agora o Estado estava me cobrando este valor”, disse o delator preocupado com o que ainda poderia ser feito nos últimos meses de gestão.

“Aí foi feita outra lambança, porque fizeram uma nota falsa com data retroativa para 2011, para validar os descontos que recebemos desde 2012 e poder então ficar livres desta multa”, explicou Wesley.

Para tentar buscar uma solução o ex-governador se reuniu com Wesley, Valdir Boni – representante da JBS – e os secretários de Fazenda Marcel de Cursi e da Casa Civil Pedro Nadaf.  

Na ocasião a solução encontrada pela equipe de Silval foi utilizar uma das unidades da JBS, localizada em Diamantino, que já possuía o benefício do Prodeic para estender às demais unidades da empresa.

“Fizeram uma outra lambança que nós concordamos. Sugeriram usar esta única fábrica que temos no interior, que tem o Prodeic, e então vamos estender o incentivo para todas as empresas”, declarou.

Em seguida foi feito um documento falso com data retroativa para validar a negociação.

“Aí foi feita outra lambança, porque fizeram uma nota falsa com data retroativa para 2011, para validar os descontos que recebemos desde 2012 e poder então ficar livres desta multa”, explicou Wesley que disse ter anuência do ex-governador, que assinou tal documento.

No final de 2014, o Ministério Público do Estado (MPE) moveu uma ação por improbidade administrativa contra a JBS na ordem de R$ 70 milhões por causa destas negociações fraudulentas.

“O MPE entrou com uma ação e bloqueou mais de 70 milhões das nossas contas. A ação envolvia o documento falso, o pagamento de propina. A promotora Ana Bardusco que cuidou do caso na época foi informada de tudo. Nós fizemos um acordo com a promotora e devolvemos os valores referentes aos tais créditos ilegais. Logo depois Silval e os secretários foram presos”, disse Wesley.

De acordo com o delator, as notas falsas para o pagamento de propinas foram emitidas 

  

Veja o vídeo:

 

 

 

Comente esta notícia