KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
O Corpo de Bombeiros vai começar a atuar na manhã desta terça-feira (18) para debelar um incêndio fora de controle na estrada de Manso, que se alastra em direção a chácaras de alto padrão e ao clube de Golf Terra Selvagem, que é um condomínio com campo deste esporte e que abre para day use.
“O fogo está caminhando ao longo da rodovia e em direção às casas e ao clube de golfe e por enquanto está fora de controle, porque ainda nem começamos a fazer o serviço”, explica o tenente-coronel Barros.
Esse incêndio no KM 4 da estrada de Manso, que está crescendo há dois dias, é a causa principal da fumaça que tomou conta do céu de Cuiabá, na noite de segunda-feira (17), aumentando na madrugada e manhã desta terça. Nas varandas e quintais das residências, forma-se lixo de fuligem. O ar está rarefeito, causando dificuldade respiratória de modo geral e especialmente em quem já tem propensão a rinites e outras complicações alérgicas.
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Já são 10 quilômetros de área queimada, às margens da MT-351, alcançando parte do território de Cuiabá e parte da Chapada dos Guimarães.
Esse incêndio no KM 4 da estrada de Manso, que está crescendo há dois dias, é a causa principal da fumaça que tomou conta do céu de Cuiabá
Como Chapada não tem Corpo de Bombeiros, Cuiabá é que está atendendo a ocorrência.
O tenente coronel Ruberval Alexandre de Barros‚ que responde pela atuação do Corpo de Bombeiros na região metropolitana de Cuiabá‚ afirma que ainda não se sabe e origem do fogo e frisa que duas viaturas já seguiram com oito bombeiros para o local onde as chamas estão altas. Segundo ele, vai precisar de mais um carro, que será acionado do interior do Estado.
“Não há previsão de término do serviço”, avisa.
Os veículos que foram destacados são uma caminhonete com 750 litros de água, chamada auto-rápido, e um caminhão com mais 5 mil litros, a auto-bomba florestal. O tenente-coronel Barros afirma que ambos são apropriados para este tipo de ocorrência, onde há muita vegetação e, nesta época do ano, extremamente seca.
“O fogo está caminhando ao longo da rodovia e em direção às casas e ao clube de golfe e por enquanto está fora de controle, porque ainda nem começamos a fazer o serviço”, explica o tenente-coronel Barros.
O administrador do condomínio Terra Selvagem Golf Clube, Daniel Moreno, reclama que usou estrutura própria para impedir de domingo até a manhã desta terça que o fogo entrasse na área que é residencial e de lazer.
“No domingo, a chama chegou perto, mas ficamos de prontidão e não deixamos entrar. Porém, queimou tudo envolta. Nós temos caminhão-pipa, máquinas, caminhão, e tem o campo de gof que é um acero natural e aqui tem mais de 50 metros de grama que ajudam. Mas é uma piada. Nós ligamos 200 vezes para os bombeiros, você pode morrer e não chegam”, critica o administrador.
Segundo ele, na estrada de Manso e Chapada tem diversas queimadas e é forte a fumaça no ar. “E pode ter certeza que vem mais para frente”, prevê.
Internauta
Desde domingo à noite, já havia chamas próximas ao campo de Golf.
Já são 10 quilômetros de área queimada, às margens da MT-351, alcançando parte do território de Cuiabá e parte da Chapada dos Guimarães.
Questionado sobre o porquê da demora, o tenente-coronel Barros disse que foi o tempo necessário para articular as equipes e preparar para o combate às chamas.
O engenheiro florestal José Pedro Zanete, da Defesa Civil de Cuiabá, explica que, nesta época do ano, toda fumaça formada, seja por um grande incêndio, como o da estrada de Manso, seja potencializada pelas queimadas de fundo de quintal, que culturalmente se mantêm na capital, não sai do céu da cidade, que fica em uma baixada. Ele explica que os poucos ventos que correm não alcançam a altura necessária para 'varrer' a névoa.
A situação vira um “inferno”, como costumam reclamar as pessoas por todo lugar em Cuiabá, inclusive nas redes sociais, porque, para piorar o quadro, o 9º Distrito de Meteorologia de Mato Grosso registra altas temperaturas e baixa umidade do ar, no inverno quente e seco local.
A sensação de desconforto é grande.
O período mais crítico vai de agosto a outubro.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente já emitiu nota pública informando que queimadas urbanas são crime ambiental e as rurais estão proibidas até 15 de setembro.
De 1º de janeiro a 15 de julho, já foram registrados 5.664 focos de calor de Mato Grosso.
