DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
A empresária Hanna Figueiredo, proprietéria da creche Espaço Criança Feliz, em Várzea Grande, e funcionários do local foram interrogados na tarde desta segunda-feira (06), na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) em Cuiabá. Esse foi o local onde o bebê Vicente Camargo, de apenas 5 meses, morreu no mês passado.
Ao RepórterMT, o delegado Marlon Luz, responsável pelo inquérito, confirmou o interrogatório dos investigados. Esta é a segunda vez que as funcionárias prestam esclarecimentos sobre o caso.
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"Sim, eles foram intimados e vieram esclarecer alguns pontos que estavam sem resposta", declarou.
Vicente morreu no dia 17 de abril. Ele havia sido matriculado na unidade, localizada no bairro Marajoara, há poucos dias. À polícia, funcionários da creche alegaram que Vicente pode ter morrido após se engasgar com leite. Porém, o atestado de óbito aponta que o menino teve um traumatismo craniano por objeto contundente.
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As investigações visam esclarecer o que aconteceu com Vicente no dia em que ele morreu. Para a família, houve negligência e maus-tratos por parte do estabelecimento. Vale lembrar que outras mãe chegaram a registrar boletins de ocorrência relatando maus-tratos na creche.
Relembre o caso
Familiares falam que naquela quarta-feira a creche ligou para Karine Carmargo, mãe do bebê, dizendo que o menino tinha passado mal e teria sido levado ao Pronto-Socorro de Várzea Grande.
Porém, logo depois, a dona da escolinha disse que teve um equívoco e tinha levado Vicente ao Hospital Santa Rita, local onde Karine e o pai de Vicente trabalham.
Inclusive, uma prima de Karine relatou ao RepórterMT que o pai de Vicente foi um dos médicos que o recebeu na unidade de saúde. Entretanto, o bebê já teria chegado morto na unidade.
Sem autorização
A creche Espaço Criança Feliz não tinha autorização para funcionar. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Prefeitura da cidade.
A creche chegou a ser notificada em 5 de fevereiro deste ano, após ser alvo de denúncia de agressão contra um dos alunos, de que teria 40 dias para dar início ao processo de credenciamento e autorização de funcionamento junto à Secretaria Municipal de Educação.
O documento deixava claro que, caso o prazo fosse extrapolado, o caso seria encaminhado para o Ministério Público Estadual e para o
Conselho Tutelar para as providências cabíveis.
O Corpo de Bombeiros também disse que também não expediu alvará para a unidade de ensino.