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28 de Junho de 2017, 16h:10 - A | A

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Ex-comandante da PM, coronel Zaqueu nega ser mandante de 'esquema'

Em depoimento, o ex-comandante-geral da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, disse que ordenou que interceptações telefônicas fossem executas enquanto estava no comando da PM, mas se tratava de uma investigação de crimes militares no município de Cáceres.

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



O coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da Polícia Militar, negou ter participação no esquema de escutas ilegais em Mato Grosso, em depoimento à corregedoria da PM, na terça-feira (27). Conforme a defesa, o depoimento do coronel corresponeu ao que outras testemunhas disseram e aos documentos juntados no inquérito.

“Ele disse que nunca tomou conhecimento da questão da barriga de aluguel. A fala do Zaqueu correspondeu a todos os depoimentos coletados e todos os documentos juntados. Ele nunca pediu e nunca soube dessa questão de barriga de aluguel”, explica o advogado Flávio Ferreira.

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“Ele disse que nunca tomou conhecimento da questão da barriga de aluguel. A fala do Zaqueu correspondeu a todos os depoimentos coletados e todos os documentos juntados. Ele nunca pediu e nunca soube dessa questão de barriga de aluguel”, explica o advogado Flávio Ferreira.

Conforme o advogado, o ex-comandante ordenou que interceptações telefônicas fossem executas enquanto estava no comando da PM, mas se tratava de uma investigação de crimes militares no município de Cáceres. À época, as escutas foram autorizadas em juízo e alguns PMs foram presos. Porém, tal fato não tem nenhuma relação com o esquema de escutas clandestinas, denunciado pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque.

A previsão é de que o Inquérito Policial Militar (IPM), comandado pelo coronel Jorge Catarino de Moraes, seja concluído na próxima semana e encaminhado para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), onde será analisado se o coronel Zaqueu responde o processo em liberdade.

O esquema

O esquema foi denunciado pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, em outubro de 2015, quando era secretário de Segurança Pública do Estado. Segundo ele, as interceptações tiveram início em outubro de 2014 e foram mantidas até agosto de 2015.

Conforme a denúncia, Zaque sinalizava para a possível existência de um “escritório clandestino de espionagem”, monitorado pela Polícia Militar, com o “objetivo de obter informações estratégicas ao arrepio da lei”.

A sargento Andrea confirmou a existência de uma sala do 6º andar do Edifício Master Center, na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 234, nas proximidades do Museu do Morro da Caixa D’Água Velha, onde era feito o monitoramento das escutas clandestinas. 

Andrea foi exonerada do cargo na Casa Militar no dia 13 de junho.

Militares presos

Zaqueu e o cabo Gerson Luiz Ferreira estão presos desde o dia 23 maio, a mando do juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros. Eles foram apontados como mandante e operador do sistema clandestino, respectivamente.

Na última sexta-feira (26), o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, relator das investigações, determinou as prisões do coronel Evandro Lesco, do secretário-adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Jorge de Barros, do tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista e do sargento Euclides Luiz Torezan. Os três oficiais atuaram junto com o chefe da Casa Militar, coronel Lesco, no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPE).

Além deles, tiveram a prisão administrativa decretada o corregedor-geral da PM, coronel Alexandre Corrêa Mendes, e o diretor de Inteligência da corporação, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, que foram denunciados pelo governador Pedro Taques (PSBD) por terem "vazado" a informação sobre mandados de busca e apreensão e possíveis prisões contra o coronel Lesco e o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Júnior. Siqueira não consta entre os presos.

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