CELLY SILVA
DA REPORTAGEM
Apontado como líder de um esquema criminoso de cobrança de propinas a empresários, beneficiados com contratos, ou incentivos fiscais, durante sua gestão à frente do governo do Estado, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), iniciou seu depoimento, na tarde desta quarta-feira na Sétima Vara Criminal da Capital, afirmando que o ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, teria mentido à juíza Selma Rosane, em seu depoimento nesta segunda-feira (29), conforme áudio ao qual o peemedebista teve acesso.
“Dentro de todo esse tempo preso, eu percebo que havia mais de uma organização criminosa composta pelo Nadaf, pelo César Zílio (ex-secretário de Adminsitração) e esposa, pelo arquiteto José da Costa Marques, esposa, filha e pelo seu Antelmo, pai do Zílio”, acusou Silval.
Após ser repreendido pela magistrada, que disse que ele não poderia ter acesso ao depoimento em questão, Silval voltou a falar atribuindo toda a organização criminosa a Nadaf e demais investigados e réus, na ação criminal da Operação Sodoma. “Dentro de todo esse tempo preso, eu percebo que havia mais de uma organização criminosa composta pelo Nadaf, pelo César Zílio (ex-secretário de Adminsitração) e esposa, pelo arquiteto José da Costa Marques, esposa, filha e pelo seu Antelmo, pai do Zílio”, acusou Silval.
“Não tem nenhum governo que não tenha caixa dois, nenhum partido em campanha majoritária, que não faça caixa dois”, declarou.
Acusado de ter ordenado o início da cobrança de propinas para pagar dívidas de sua campanha ao governo do Estado, em 2010, o ex-governador surpreendeu em declaração que afirmou: “não tem nenhum governo que não tenha caixa dois, nenhum partido em campanha majoritária, que não faça caixa dois”, declarou.
Sobre o depoimento do ex-deputado José Riva, que afirmou que ter recebido do empresário Willians Mischur, R$ 2 milhões, em dinheiro de propina, com autorização de Silval, para que fosse quitada uma dívida do peemedebista com o ex-deputado pela compra em sociedade de uma fazenda, o ex-governador refutou as afirmações de Riva negando a dívida e o apontando como problemático.
“Ele [Riva] cria problema em todo lugar. A senhora nem imagina. Era muita pressão que eu recebia, tanto dele como de outros deputados”, argumentou, comentando sobre a interferência de Riva no governo.
O ex-governador disse que nunca usou o banheiro de seu gabinete para receber propinas, e negou que tenha se encontrado por duas vezes com o empresário Willians Mischur, dono da empresa Consignum, para tratar sobre o repasse da propina de R$ 500 mil, e afirmou que teria o conhecido na casa do irmão, quando o empresário aproveitou a oportunidade para pedir ajuda na licitação do contrato de prestação do serviço de concessão de empréstimos consignados, mas que ele teria dito ao empresário que este era um assunto da Secretaria de Administração.
Interrogatório foi finalizado às 17h05 e Silval levado para o Centro de Custódia de Cuiabá.
