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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024

07 de Dezembro de 2016, 07h:30 - A | A

JUDICIÁRIO / MÁFIA DA EDUCAÇÃO

Promotor diz que Rêmora deve ter nova fase após delação de empreiteiro

"Delação não é prova, delação é meio de prova. Então, tudo o que ele diz a gente busca subsidiar", disse Marco Aurélio Castro

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



O promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), Marco Aurélio Castro não descarta novas fases da Operação Rêmora, que desarticulou um esquema de fraudes a licitações de obras da Secretaria de Educação (Seduc).

“Nada impede que tenha uma terceira [operação] e assim por diante. Vai depender de fatos e provas", frisou. Marco Aurélio ainda pontuou sobre os cuidados ao analisar suspeitos, com base em depoimentos de delator. "Veja bem, delação não é prova, delação é meio de prova. Então, tudo o que ele diz a gente busca subsidiar. Então se tudo o que ele disse for verdadeiro, vai ser subsidiado com informações futuras”, afirmou.

Sobre a colaboração premiada firmada entre o Ministério Público Estadual (MPE) e o empresário Giovani Guizardi, acusado de ser o operador do esquema de cobrança de propina na Seduc, o promotor ressaltou que "não é qualquer confissão que gera uma colaboração”. 

As declarações de Guizardi, que é dono da Dínamo Construtora, vieram à tona na semana passada e envolveram nomes de autoridades com foro privilegiado como o governador Pedro Taques, o presidente da Assembleia Legislativa Guilherme Maluf e o deputado federal Nilson Leitão, todos do PSDB.

As acusações feitas por ele foram negadas por todos os que foram citados, mas, o fato é que o promotor já enviou todo o teor para a Procuradoria Geral da República (PGR), que tem a prerrogativa de acusar pessoas com foro privilegiado e poderá dar seguimento às investigações. “O que nós temos é uma remessa ao procurador geral da República. Ele que possivelmente dará os encaminhamentos”, informou.

Marco Aurélio também defendeu o acordo feito com Giovani Guizardi, já que é comum as declarações de um réu confesso passarem a ser deslegitimadas pelas pessoas por ele acusadas. “A colaboração premiada não é unilateral, ela é sempre entre duas partes: o Ministério Público e o acusado. Então, não é qualquer confissão que gera uma colaboração. Ela tem que ser respaldada por elementos que nos forneça meios de avançar na investigação e descobrir de fato quem eram os partícipes desse esquema criminoso”, disse à imprensa, na noite desta segunda-feira (05).

Com relação ao surgimento de novos delatores do esquema, Castro também acredita que pode ocorrer. “A confissão é uma opção, ela nunca é obrigatoriedade. Sendo uma opção, depende muito do cliente com o advogado. Quem estiver disposto a confessar, nós estamos dispostos a ouvir”, concluiu.

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