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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024

28 de Julho de 2016, 16h:30 - A | A

JUDICIÁRIO / MÁFIA DA SEDUC

Empresário acusado nega ligação com ex-secretário; defesa diz que provas são 'fracas'

Segundo o advogado Rodrigo Mudrovitsch, provas colhidas pelo Gaeco na segunda fase da operação Rêmora "não são fortes".

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Seguindo a mesma estratégia do ex-secretário estadual de Educação, Permínio Pinto (PSDB), o empresário e também réu da operação Rêmora, Giovani Belatto Guizardi preferiu manter-se calado durante seu depoimento, na tarde desta quinta-feira (28), ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por orientação de seu advogado Rodrigo Mudrovitsch.

"O que percebo é que se juntaram provas que não são fortes posteriores para se reforçar uma hipótese que eles já tinham desde o começo”, disse o advogado de Guizardi à imprensa.

“São fatos que já estão judicializados e não vejo sentido em se prestar um depoimento diante da Promotoria, nesse momento. [...] Eu examinei com muito cuidado o material novo que foi trazido aos autos e não vi nada de novo. O que percebo é que se juntaram provas que não são fortes posteriores para se reforçar uma hipótese que eles já tinham desde o começo”, disse o advogado de Guizardi à imprensa.

Por outro lado, Mudrovitsch nega que a tática seja parte de uma estratégia conjunta dos advogados dos réus. “Não há qualquer alinhamento entre as defesas. Eu nem conheço o advogado desse ex-agente político (Permínio). Ele está tomando as decisões deles e nós, as nossas”, asseverou.

Questionado sobre a ligação e os contatos de seu cliente com o ex-secretário da Seduc, Mudrovitsch disse que desconhece algum tipo de amizade e asseverou: "contato para tratar de assuntos de Estado posso te assegurar com segurança que não".

Assim como a defesa de Permínio, o advogado de Guizardi também está tentando retirar a ação criminal das mãos da juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal, porém, com outro argumento. Para Mudrovitsch, a segunda fase da operação Rêmora, Locus Delicti, não trouxe elementos relacionados ao seu cliente. Ele também defende que Guizardi não pode responder a um processo de primeira instância porque o outro réu, Permínio Pinto, tinha o direito ao foro privilegiado na época dos fatos denunciados (cobrança de propina de empresários que buscavam participar das licitações de obras de construção e reforma em escolas estaduais) e, portanto, o processo deveria ser remetido para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

"Nós demonstraremos, ao longo do processo, que inclusive esse livro que é utilizado não se presta a finalidade probatória que eles querem atribuir", frisou.

“Penso que é uma questão completamente alheia ao meu cliente e nós, desde o começo, dissemos que havia uma irregularidade nessa operação. Isso nunca foi uma acusação contra a figura do ex-secretário, não tenho nada a dizer contra ele, não sou acusador. Mas, a inclusão dele no processo e uma medida tão drástica como a que foi feita contra ele, reforça nossa visão de que, desde o começo, esse processo deveria ter tramitado perante o Tribunal de Justiça”, disse Rodrigo Mudrovitsch à imprensa.

Tanto Permínio quanto Guizardi, somente falarão caso sejam ouvidos pelas autoridades que eles julgam ser competentes para conduzir o caso: a Justiça federal, na visão da defesa do tucano, e o Tribunal de Justiça, na visão do advogado do empresário.

Questionado se Giovani Guizardi seria realmente o "secretário de fato", como apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE), Mudrovitsch foi enfático ao negar e adiantou que tem provas que isentam seu cliente. “Isso não é verdade. Nós demonstraremos, ao longo do processo, que inclusive esse livro que é utilizado não se presta a finalidade probatória que eles querem atribuir. Mas o processo penal dá ao acusado o direito de falar por último e esse é um direito sagrado dele. E eu quero falar ao final do processo. Mas posso adiantar aos senhores que nós temos argumentos e elementos de sobra para contextualizar", afirmou.

Nesta quinta-feira, em sua chegada ao Gaeco, Guizardi, que está preso desde o dia 3 de maio, no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), foi entregue pelo sistema prisional sem a mesma “exclusividade” concedida a Permínio, que contou com toda uma “blindagem” para não ser visto pela imprensa e acabou entrando pela porta da frente da Procuradoria Geral do Ministério Público Estadual (MPE), nessa quarta-feira (27).

No entanto, com a chegada de mais jornalistas ao local para tentar flagrar o empresário saindo do prédio, ele também foi aguardado pela viatura em uma outra porta, mas acabou sendo visto mesmo assim, mas preferiu não se manifestar. Confira no vídeo:

 

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