CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
Os empresários Giovani Belatto Guizardi, dono da Dínamo Construtora, e Luiz Fernando da Costa Rondon, dono da Luma Construtora, ambos réus e delatores da Operação Rêmora, prestam s depoimentos à juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na tarde desta segunda-feira (12).
A audiência de instrução terá início às 13 horas e deve trazer novas revelações sobre o esquema de cobrança de propina de empresários que quisessem participar das licitações da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), entre os anos de 2015 e início de 2016.
Guizardi e Rondon são considerados, pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), os operadores do sistema de cartel e de propina, pois eram os intermediadores entre o "núcleo de empreiteiros" e o "núcleo político" da Seduc.
Conforme as investigações, aqueles que não se submetessem ao pagamento da vantagem indevida eram excluídos dos processos licitatórios de obras de construção e reforma de escolas em todo o Estado. E também ficavam com pagamentos de medições anteriores “empacadas” na pasta.
Os dois empreiteiros também eram responsáveis por promover reuniões para tratar sobre o pagamento de propina por meio de suas respectivas empresas.
No caso de Giovani Guizardi, ele se reunia com o núcleo político do esquema, em uma sala comercial no edifício Avant Garden Business, na Avenida Miguel Sutil, e que foi denominada pelo Gaeco de “quartel general” da organização criminosa.
Ainda segundo o Gaeco, Luiz Rondon realizava reuniões com o núcleo de empreiteiros, onde, diante da insatisfação geral em ter que pagar 5% de propina, decidiu-se tentar baixar o valor para 3% do valor dos contratos.
No mesmo local, teria sido feito o “loteamento” das obras previstas pela Secretaria de Educação para ocorrer em mais de 20 municípios mato-grossenses.
A reunião foi gravada pelo empresário José Carlos Pena, que denunciou o caso ao Ministério Público Estadual (MPE), o que culminou com a defagração da Operação Rêmora, no dia 3 de maio deste ano.