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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
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25 de Abril de 2015, 11h:00 - A | A

JUDICIÁRIO / AGIOTA DECLARA

Deputado chegou a alegar problemas de saúde para pedir empréstimos

Segundo Júnior Mendonça suas relações de empréstimo financeiros a Riva começaram em 2006 e foram restringidas no fim de 2010, mesmo assim em junho de 2013, Mendonça disse que ele tanto insistiu que acabou lhe cedendo R$ 3 milhões.

MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO



No depoimento em que relatou aos promotores do Ministério Público Estadual e à juíza Selma Rosane, da 7ª Vara Criminal da Capital, que o ex-deputado José Riva (PSD) foi seu primeiro cliente do ramo político, o agiota Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, arrolado como testemunha no processo da Operação Imperador, frisou que chegou a ter uma conta corrente para tratar das transações do ex-parlamentar e que apesar de restringir novas operações, por falta de pagamento, a insistência de Riva era tanta que ele chegava a alegar sérios problemas de saúde para contrair novos empréstimos.

"Me mandou uma mensagem me dizendo que nunca tinha me dado prejuízo e ele precisava do recurso para fazer uma cirurgia. (...) Eu não acreditava em nada do que ele falava”.

“Todas as vezes que eu colocava dificuldades de empréstimo ele procurava me justificar o porquê da necessidade do dinheiro. (...) Me mandou uma mensagem me dizendo que nunca tinha me dado prejuízo, e que eu não precisava correr dele, e que  ele precisava do recurso para fazer uma cirurgia. Era esse tipo de argumentos que ele usava para tentar me convencer para contrair o empréstimo (...) Eu não acreditava em nada do que ele falava”, declarou Mendonça.

“Eu disse a ele que não tinha o recurso e ele simplesmente insistiu muito, mas muito, quase me trancou dentro de uma sala para me convencer a arrumar o dinheiro para ele".

Segundo relatou o agiota, em seu depoimento nesta quarta-feira (22), suas relações de empréstimo financeiros a Riva começaram em 2006 e foram restringidas no fim de 2010, mesmo assim em junho de 2013, Mendonça disse que ele tanto insistiu que acabou lhe cedendo um empréstimo através de uma transação que fez com o BIC Banco e repassou o valor de R$ 3 milhões ao então deputado.

“Eu disse a ele que não tinha o recurso e ele simplesmente insistiu muito, mas muito, quase me trancou dentro de uma sala para me convencer a arrumar o dinheiro para ele. Aí eu disse que não tinha o recurso e ele me apresentou um plano para poder alavancar o dinheiro. Esse dinheiro foi contraído pelo Banco Bic. Eu fiz um empréstimo feito no nome da minha empresa e esse recurso foi todo repassado a José Geraldo Riva”, relatou.

De acordo com  Júnior Mendonça entre os anos de 2011 a 2012 o então deputado José Riva já lhe devia cerca de R$ 5.721 milhões e um último parcelamento da dívida teria sido feito, tendo como avalista o então primeiro secretário da Assembleia Legislativa, o deputado Mauro Savi (PR).

Do último empréstimo de R$ 3 milhões, o agiota disse que Riva teria pago apenas três parcelas de R$ 400 mil e que hoje a dívida do ex-deputado com ele estaria em torno de R$ 6 milhões, mas com a nota promissória de garantia, nas mãos do Ministério Público Federal, Mendonça descarta processar o ex-parlamentar.

Em seu depoimento como testemunha do Ministério Público Estadual, Júnior Mendonça, que é delator do processo da Operação Ararath, disse que as únicas garantias que tinha para receber os empréstimos de Riva eram cheques ou notas promissórias e que quando desconfiou que os pagamentos viessem de fonte ilícita, por receber em espécie, começou a cortar a relação comercial  com o ex-deputado.

“Depois sim. Depois que já estava envolvido com ele até o pescoço aí vi isso. Por isso que já vinha segurando, diminuindo os empréstimos, tentando sair fora. (...) Percebi quando comecei a receber só em espécie”, frisou.

 

De acordo com o agiota em sua relação financeira com Riva foram movimentados R$ 10 milhões em empréstimo.

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