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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

04 de Dezembro de 2016, 17h:03 - A | A

JUDICIÁRIO / MÁFIA DAS LICITAÇÕES

Delator vai ficar oito meses em prisão domiciliar e devolverá R$ 240 mil

Acusado de ser o líder das fraudes na Seduc, Giovani Guizardi passou de réu a delator ao apontar que esquema era comandado pelo deputado Guilherme Maluf (PSDB) e pelo empresário Alan Malouf.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



O empresário Giovani Guizardi, delator do esquema de fraudes em licitações da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), irá pagar R$ 240 mil, a título de ressarcimento, aos cofres públicos estaduais, e passará oito meses em prisão domiciliar. Em seguida, ele será beneficiado com o regime semiaberto. 

É o que consta no termo de sua colaboração premiada firmada com o Naco (Núcleo de Ação de Competência Originária), do Ministério Público Estadual, e homologado pelo Tribunal de Justiça.

A informação foi confirmada pelo advogado do empreiteiro, Rodrigo Mudrovitsch, ao .

O valor do ressarcimento é o dobro do montante que Guizardi afirma ter "lucrado" como operador do esquema de cobrança de propina de outros empreiteiros, que tinham interesse em participar das licitações fraudadas de obras de construção e reformas de escolas estaduais.

No total, a corrupção na Seduc "rendeu" R$ 1,2 milhão à organização criminosa, segundo o delator, que disse que ficava com 10% da “arrecadação”.

Segundo ele, as maiores porcentagens eram remetidas para o deputado Guilherme Maluf (PSDB), que detinha o “real poder político” da Seduc; o empresário Alan Malouf, dono do buffet Leila Malouf, por supostamente ter injetado R$ 10 milhões na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014; e para o ex-secretário de Educação , Permínio Pinto (PSDB).

Cada um ficava com 25% da propina, de acordo com a delação.

Os outros 15% eram igualmente divididos entre Wander Luis dos Reis e Fábio Frigeri, também réus na ação penal.

Guizardi revelou ainda que parte da propina era utilizada para cobrir gastos operacionais da organização  criminosa, que se reunia no chamado “quartel general”, uma sala comercial no edifício Avant Garden Business, no bairro Santa Rosa.

A trama durou entre o ano passado e abril deste ano.

No dia 3 de maio, o esquema foi desmantelado pela Operação Rêmora, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Guizardi ficou preso no Centro de Custódia de Cuiabá, durante sete meses. Com a delação, ele foi beneficiado com a prisão domiciliar.

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