MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO
O risco de exposição pública foi o principal motivo que levou o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, réu no processo das investigações da Operação Ararath, a pedir que a Justiça Federal o liberasse de comparecer aos depoimentos das testemunhas de defesa do processo, que começaram nesta quinta-feira (24) e seguem até o dia 1 de agosto. A afirmação foi feita à reportagem, nesta sexta-feira (25), pelo advogado Paulo Lessa que representa Eder no processo.
“Ele quis evitar desgaste, exposição pública desnecessária. Ele acha que não é necessária a presença dele para que as coisas se esclareçam, então ele se preservou”, declarou.
Ainda de acordo com Lessa, seu cliente que está preso a cerca de dois meses está muito abatido, mas mantém a esperança de que ‘os fatos se esclareçam’.
Eder, que estava no presídio da Papuda, em Brasília, desde o dia 20 de maio, chegou a Cuiabá nesta quarta-feira (23), para participar das audiências, mas foi liberado pelo juiz Federal Jeferson Schnneider, a pedido do próprio réu.
"Ele quis evitar desgaste, exposição pública desnecessária; na semana que vem, se ele sentir necessidade, a gente pode pedir ao doutor que traga ele"
Desde então, Eder permanece no Centro de Custódia de Cuiabá, anexo à Polinter. O ex-secretário deve permanecer em Mato Grosso até seu julgamento, já que o local onde estava preso vai ser desativado no dia 31 de julho.
Apesar da dispensa, o advogado não descarta que Eder queira participar das audiências de suas testemunhas nos dias 31 e 1 de agosto.
“Na semana que vem, se ele sentir necessidade de estar presente, porque o juiz chegou a possibilitar que o Cuzziol [superintendente do Bic Banco] mesmo fizesse perguntas, e se isso acontecer no caso dele, e a gente achar que é de interesse, ele estar presente, claro que a gente pode pedir ao doutor Jeferson Schneider que traga ele para que participe da audiência”, ressaltou.
Segundo Lessa, como as audiências realizadas nesta quinta e sexta-feiras (25) não ouviam testemunhas de Eder, sua presença era desnecessária.
Paulo Lessa (Foto: Repórter MT)
Entre as testemunhas arroladas por Eder Moraes está o auditor-geral do Estado, José Alves, que será ouvido em substituição ao governador Silval Barbosa (PMDB), que também é investigado no processo.
Segundo o advogado de Eder, os esclarecimentos de Alves serão de grande valia para a defesa.
“Ele conhece na íntegra todo o funcionamento do estado e é uma pessoa altamente séria e que pode contribuir para a verdade dos fatos. Esse foi o objetivo do Eder quando ele indicou o doutor José Alves. Então, o objetivo é apenas encontrar subsídios que mostrem as legalidades e não as ilegalidades que estão sendo apontadas é o contraponto das ilegalidades”, explicou.