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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

27 de Abril de 2017, 11h:10 - A | A

GERAL / CONTRA A PRIVATIZAÇÃO

Servidores dos Correios paralisam atividades por tempo indeterminado

As principais unidades do Estado paralisam as atividades e funcionam em regime de plantão com cerca de 30% do efetivo.

CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO



Cerca de 1,6 mil funcionários das 147 agências dos Correios em Mato Grosso entram em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (27) em adesão a paralisação nacional da estatal, para exigir melhoria nas condições de trabalho.

Em Mato Grosso atuam cerca de 1,6 mil funcionários nos setores administrativos e operacionais, mas o Sintect (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Mato Grosso) aponta que seria necessário contratar pelo menos mais 620 profissionais, sendo 400 carteiros, 120 operadores de triagem e 100 atendentes.

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“Nenhuma empresa privada vai ter interesse em manter agências dos Correios em lugares afastados como o Xingú, por exemplo. Certamente muitas agências vão ser fechadas. Além disso, vai ocorrer demissão em massa", alerta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em MT.

As principais unidades do Estado paralisam as atividades, e funcionam em regime de plantão com cerca de 30% do efetivo. Das sete Centrais de Distribuição do Correios de Cuiabá, seis vão paralisar totalmente as atividades, a única que vai manter os trabalhos é a unidade do Coxipó, que funcionará em regime de plantão com apenas parte do efetivo.

Dentre as principais reivindicações estão a exigência de contratação de mais servidores, por meio de concurso público, além de melhorias nas qualidades de trabalho.

A possibilidade de privatização e demissão em massa dos Correios também preocupam os servidores. Além disso, a empresa pretende retirar os direitos a planos de saúde e de férias dos trabalhadores.

De acordo com o presidente do Sintect-MT, Edimar Leite, os profissionais trabalham desmotivados por causa do sucateamento da instituição.

“Os Correios pretendem privatizar os serviços, e por isso acaboaram esquecendo-se dos trabalhadores e descontruiram a imagem da empresa justamente para justificar a privatização”, disse Edmar.

Para o presidente do Sintect a privatização dos Correios pode trazer impactos negativos ao país, visto que as taxas cobradas certamente serão maiores e o número de agências deve diminuir.

“Nenhuma empresa privada vai ter interesse em manter agências dos Correios em lugares afastados como o Xingú, por exemplo. Certamente muitas agências vão ser fechadas. Além disso, vai ocorrer demissão em massa e o Correios vai perder sua função social que é promover a integração nacional”, explica Edmar.

Outro lado

Por meio de nota, a assessoria de imprensa dos Correios em Mato Grosso informou, que devido ao movimento, a empresa vai adotar as medidas que garantem a continuidade dos serviços, como plano contingencial, por exemplo.

Segunda paralisação

Esta é a segunda paralisação de servidores dos Correios em Mato Grosso este ano. Em março cerca de 250 funcionários da Central de Distribuição do Cristo Rei, em Várzea Grande, paralisaram as atividades por oito dias.

A greve temporária foi motivada pela insalubridade do prédio que estava infestado de pombos, causador da doença Criptococose (causada pelo fungo existente na fezes da ave), que  contaminou o servidor Celso Luis Gomes, de 47 anos. Ele morreu após ficar internado por uma semana.

A Justiça do Trabalho interditou o prédio, que só foi liberado após a limpeza, dedetização, instalação de telas de proteção, para evitar a entrada de pombos no local. Diante disso, os trabalhadores encerraram a paralisação e retomaram as atividades.

Leia a nota na íntegra:

Uma paralisação dos empregados neste momento delicado pelo qual passa a empresa é um ato de irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores.

Com o movimento deflagrado, os Correios irão adotar as medidas necessárias, como plano contingencial, para garantir a continuidade dos serviços.

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