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Cuiabá, 19 de Maio de 2024
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28 de Março de 2017, 14h:50 - A | A

GERAL / DOENÇA DE POMBO

Funcionários dos Correios exigem ações e temem contaminação geral; veja fotos

Eles relatam a convivência diária com fezes de pombo na Central de Distribuição do Cristo Rei e dizem que só voltam ao trabalho após a dedetização e compromisso de ações emergencciais

CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO



Cerca de 250 funcionários da Central de Distribuição dos Correios, em Várzea Grande afirmam que não vão voltar ao trabalho se a unidade não for ao menos detetizada contra os pombos que tomaram conta do local. Os servidores se dizem temerosos em ser infectados pelo fungo presente nas fezes do pássaro, como ocorreu com  Celso Luis Gomes, de 47 anos, que está internado na UTI do Hospital Santa Rosa e que teve a morte cerebral constatada.

Ao , um colega de trabalho de Celso, Jovinil Benedito, que trabalha na empresa há 30 anos, relata que a situação é precária, no departamento que eles atuam junto a outras 43 pessoas.

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“Aqui a gente convive o tempo todo com estes pombos. É fezes na mesa, em cartas, nas portas, para tudo quanto é canto e com certeza no caso de Celso, a doença foi por causa de pombos”, afirma Jovinil Benedito.

“Aqui a gente convive o tempo todo com estes pombos. É fezes na mesa, em cartas, nas portas, para tudo quanto é canto e com certeza no caso de Celso, a doença foi por causa de pombos”, afirma ele.

Celso trabalhava há 23 anos no local. Conforme as declarações, eles registraram diversas reclamações a respeito, mas nenhuma foi atendida.

“O Celso era meu chefe, estamos tristes com isso e preocupados também porque faz mais de três anos que a gente reclama destes problemas com pombos e nada foi feito ”, diz Jovinil.

Nesta terça-feira, os funcionários, que paralisaram os trabalhos, protestavam na frente da unidade por ações emergenciais. De acordo com o o presidente do Sindicado dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MT), Edmar Leite, o maior embate está no fato da presidência da empresa exigir que eles voltem a atuar para então efetuarem a dedetização.

“O Celso era meu chefe, estamos tristes com isso e preocupados também porque faz mais de três anos que a gente reclama destes problemas com pombos e nada foi feito ”.

O sindicato exige que o local seja fechado e climatizado, já que hoje, os colaboradores relatam ter que conviver com as fezes dos pombos, pelo fato do ambiente não ser isolado.

"Nós já tentamos de todas as maneiras e por diversas vezes resolver a situação, mas a presidência dos Correios está preocupada com os gastos e não com a saúde dos trabalhadores. Ninguém está se recusando a trabalhar. Só queremos condições dignas para isso", afirma o presidente.

O presidente do Sintect disse que já entrou com uma ação civil pública junto ao Ministério Público do Trabalho pedindo a interdição do prédio, até que o problema seja solucionado.

Tensão

A tensão entre os funcionários aumenta porque as manifestações da doença podem demorar até um ano para surgir.

"A gente espera que depois desta manifestação a diretoria do Correios se sensibilize com a situação, pois sabemos que não estamos imunes à doença, e podemos estar contaminados e nem sabemos", disse Azenir Miguel da Paixão, que trabalha há 25 anos na empresa

O caso

No último domingo (26) Celso Luis Gomes, de 47 anos, que era coordenador operacional do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas, teve a morte cerebral decretada no domingo (26), após ser internado em estado grave no Hospital Santa Rosa em Cuiabá. Os médicos apontam que ele foi contaminado pela Criptococose, doença transmitida por pombos.

De acordo com colegas de trabalho, Celso passou muito mal em fevereiro quando foi internado para realizar exames, que constataram a infecção. 

Ele segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Outro lado

Por telefone, a assessoria informou que já foram tomadas as medidas cabíveis, com instalação de telas de proteção e demais ações.

Confira a nota na íntegra

Sobre a internação do empregado dos Correios em Mato Grosso, Celso Luis Gomes, informamos que desde que a empresa tomou conhecimento do estado de saúde do empregado, têm prestado suporte à família, aos demais empregados e colegas de trabalho.

Em respeito à Legislação Ambiental, os Correios atuam por meio de ações para evitar a infestação de pombos em todas as suas unidades. Essas ações incluem desde proteção com telas em locais de maior vulnerabilidade, instalação de cortinas de borrachas em portas de entrada, repelentes para evitar o pouso dos animais, além da instalação de equipamento sonoro ultrassônico com objetivo de espantar as aves.

As medidas vêm sendo tomadas pela empresa em alinhamento às demandas apontadas pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e têm dado resultado, tanto que nas atas recentes não há registro de reincidência sobre o assunto.

Com relação à unidade onde o empregado trabalha, além das ações citadas, outras medidas serão desenvolvidas em caráter prioritário, desde a limpeza geral das torres e dos condicionadores de ar do prédio à realização de exames preventivos nos empregados.

 

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RepórterMT

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