CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
O ex-comandante-geral da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, apontado pela Justiça como mandante do esquema de interceptações telefônicas clandestinas, operadas pela PM, protocolou recurso contra a decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ribeiro Dantas, que manteve a prisão do militar.
O recurso foi protocolado na quinta-feira (17) e será julgado pela Quinta Turma do STJ, composta pelos ministros Félix Fischer, Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca, Joel Ilan Paciornik, além do próprio Ribeiro Dantas. A expectativa é de que o agravo regimental seja apreciado na próxima sessão, prevista para o dia 23 de agosto.
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Zaqueu está preso desde o dia 23 de maio.
Na última quarta-feira (16), Ribeiro Dantas acatou o pedido do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, e determinou a transferência do ex-comandante da PM e outros três militares envolvidos no esquema de “grampos”, para presídio federal.
Vão para o Presídio Federal de Segurança Máxima, em Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul, além de Zaqueu, o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco, do ex-adjunto, Ronelson Barros, e do cabo Gerson Luiz Ferreira.
Tanto os coronéis, quanto o cabo da PM, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MP) por suposta participação no esquema de escutas executadas na modalidade "barriga de aluguel" - em que números de telefones são incluídos indevidamente em pedidos judiciais.
Lesco é apontado como o responsável pela compra dos equipamentos de escuta, ao custo de R$ 24 mil. Ronelson teria dado apoio ao esquema, enquanto o cabo Gerson Luiz Ferreira é acusado de ser o responsável por fazer relatórios falsos de grampos militares e que permitiram a realização dos grampos ilegais. À época , Zaqueu era comandante da PM.
Teriam sido vitimas dos grampos ilegais centenas de pessoas, entre políticos, médicos, empresários, jornalistas e um desembargador aposentado.