Relatório da Controladoria comprova fraude em protocolo, diz Mauro Zaque

RepórterMT

O promotor de Justiça, Mauro Zaque, fez a denúncia da existência de escutas clandestinas em Mato Grosso, em maio deste ano.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO

O promotor Mauro Zaque emitiu nota nesta quinta-feira (13), na qual afirma que a auditoria da Corregedoria Geral do Estado (CGE), divulgada na quarta-feira (12), comprova que houve fraude no sistema de protocolo do Governo do Estado, no caso do esquema de escutas telefônicas clandestinas, que seriam monitoradas pela Polícia Militar, conforme ele denunciou.

Auditoria feita pelo Governo do Estado constatou que o documento protocolado pelo promotor, quando era secretário de Segurança Pública, em 2015, teve o número clonado. Segundo a Controladoria-Geral do Estado, o protocolo 542635/2015 consta como cadastrado um documento da Câmara de Vereadores de Juara tendo como destinatária a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística.

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“Não sou homem de mentir ou sequer fraudar. Mantendo firme meu compromisso com a verdade e com a liturgia do meu cargo. Sigo acreditando na escorreita apuração desses fatos gravíssimos pelo viés judicial que representa, por óbvio, o Porto Seguro em defesa da sociedade e do regime democrático”, afirmou o promotor, em nota.

Zaque revelou, em maio deste ano, ter feito a denúncia ao governador Pedro Taques (PSDB) em 2015. Segundo ele, um esquema de interceptações telefônicas ilegais, conhecido como prática de “barriga de aluguel”, que teria “grampeado” políticos, advogados, empresários e jornalistas.

Confira a nota enviada por Zaque

“Bom dia!

Tendo em vista o teor do relatório de auditoria especial 0027/2017/CGE, que versa sobre "Alteração de dados do sistema. Protocolo 542635" onde resta comprovado que eu encaminhei a denúncia relativa aos grampos via o mencionado sistema de protocolo conforme a seguir: dia 14/10/2015 . 10:27:19h cadastro da denúncia que encaminhei (oficio 3058/2015 com anexos ); 10:28h processo é tramitado da gerência de protocolo e postal da Casa Civil para o protocolo do Gabinete do Governador; 14:56:44h o trâmite para o Gabinete do Governador é cancelado; 15:02:43h nova atualização no processo modifica sua descrição, o tipo de processo, o município de origem e o documento que se estaria protocolizando. Aqui surge o documento de Juara.

Demonstrando, pois, de forma cabal, que o protocolo do Estado fora fraudado para suprimir a denúncia que encaminhei e, ato contínuo, enxertar outro documento a fim de fazer desaparecer quaisquer vestígios acerca dos graves fatos que denunciei.

Isso não me causa surpresa, uma vez que sempre tive a certeza de que essa era a verdade dos fatos. Não obstante, imperioso que essa fraude seja investigada profundamente para punir não somente aqueles que a executaram, mas, e principalmente, aqueles a quem ela interessava e que, de qualquer forma, se beneficiaram de tal expediente criminoso.

Não sou homem de mentir ou sequer fraudar. Mantendo firme meu compromisso com a verdade e com a liturgia do meu cargo. Sigo acreditando na escorreita apuração desses fatos gravíssimos pelo viés judicial que representa, por óbvio, o Porto Seguro em defesa da sociedade e do regime democrático.

Mauro Zaque de Jesus”