RAFAEL MACHADO
RAUL BRADOCK
O presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PTB), disse que o Legislativo ainda não foi notificado da decisão da desembargadora Helena Maria Bezerra Ramos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que revogou liminar e autorizou a retomada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o prefeito Emanuel Pinheiro, a chamada CPI do Paletó.
No entanto, ele comentou que a Procuradoria Geral da Câmara já estuda qual será o próximo, ou seja, se cumpre ou recorrer da determinação judicial.
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“Ainda não tem nenhuma decisão tomada nesse sentido. É muito prematuro falar disso agora [entrar com recurso contra a decisão], mas, como presidente, tenho que ouvir a Procuradoria, que tem legitimidade na defesa do Parlamento. A minha missão é defender a Câmara”, disse em conversa com a imprensa antes do lançamento das máquinas Cuiabá Recicla, no Shopping Popular, nesta sexta-feira (17).
“Às vezes sou criticado, mas sou transparente. Não deixo de falar a verdade, não deixo de mostrar a realidade, mesmo na situação da CPI. Nunca omiti nada”, acrescentou.
A decisão da desembargadora foi proferida na última sexta-feira (10). As investigações haviam sido suspensas após uma ação proposta pelo presidente da Câmara.
O objetivo da comissão é apurar em que circunstâncias o vídeo em que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), na ocasião deputado estadual, aparece recebendo maços de dinheiro do então chefe de gabinete do Governo Silval Barbosa, Sílvio Correa.
A CPI apura se a ação de Emanuel reflete na gestão dele enquanto prefeito. Em delação, o ex-governador comentou que o dinheiro era ‘mensalinho’ pago aos deputados estaduais para manter a governabilidade na Assembleia Legislativa.
Emanuel nega todas as acusações e afirma que o dinheiro recebido por ele era pagamento de pesquisas realizadas pelo Instituto Mark, do seu irmão e empresário Marco Polo Pinheiro, o Popó.
Críticas
O presidente da Câmara declarou que se o vereador Diego Guimarães (Progressista) não tivesse judicializado a CPI, os resultados das investigações já teriam sido concluídos há dois anos.
“Até porque na realidade a CPI já deu resultado, já foi compartilhado com o Ministério Público, com o Gaeco, com a Defaz e demais órgãos de controle. Agora, não dá pra entender a Vossa Excelência, o vereador Diego Guimarães que fez pergunta, fez questionamento, participou das oitivas, custou dinheiro público, participou de tudo, 119 dias ele entra na Justiça. Estou fazendo o meu papel para defender o Parlamento e ele deveria explicar isso à sociedade”, disparou.
A CPI começou os trabalhos em 2017. No início foi ouvido pelos vereadores o ex-governador Silva Barbosa, seu ex-chefe de gabinete, Silvio Corrêa, o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta, o servidor Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por enquadrar a câmera usada para gravar Emanuel Pinheiro, entre outras pessoas.
A apuração foi suspensa devido a possíveis irregularidades na composição dos membros. No ano passado retomou com novos integrantes, mas foi suspensa pela Justiça novamente.