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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

18 de Abril de 2017, 14h:47 - A | A

PODERES / SODOMA 4

Delator diz que grupo de Silval 'lavou' R$ 15 milhões em esquema

O empresário Filinto Muller contou que a empresa SF Assessoria e Eventos foi a responsável pela lavagem de dinheiro em benefício da suposta quadrilha formada pelo ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi

ALCIONE DOS ANJOS
DA REPORTAGEM



O empresário Filinto Muller, delator da 4ª fase da Operação Sodoma, confirmou nesta terça-feira (18), durante audiência a juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, que a empresa SF Assessoria e Eventos foi a responsável pela lavagem de dinheiro em benefício da suposta quadrilha formada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários de Estado, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi.

Segundo ele, a quadrilha recebeu indevidamente R$ 15,8 milhões dos R$ 31,7 milhões que o Estado pagou pela desapropriação de uma área de 55 hectares, no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, no último ano de gestão do ex-governador, em 2014.

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“Desse total, 3% ficavam comigo e R$ 10 milhões seriam para pagar uma dívida do Silval com o Valdir Piran. O restante foi dividido entre os demais”, afirmou.

De todo o valor pago pelo governo na desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15,8 milhões, teriam retornado em prol da organização criminosa através da empresa de assessoria e organização de eventos.

“Desse total, 3% ficavam comigo e R$ 10 milhões seriam para pagar uma dívida do Silval com o Valdir Piran. O restante foi dividido entre os demais”, afirmou.

Muller revelou que recebeu o dinheiro desviado em sete parcelas e ia repassando os valores conforme caiam em sua conta.

“Foram cinco transferências. Mas depois tiveram a ideia de repassar os valores em três cheques, para não serem rastreados”.

Filinto Muller disse ainda que estava desconfortável com a situação começou a fazer um dossiê sobre o esquema. "Tirava as cópias dos cheques e colocava observação para quem era entregue o cheque, a data, hora e o valor. Em uma das ocasiões que deu problema no pagamento, o Piran exigiu cheques-caução. Quando terminou o pagamento de R$ 10 milhões os cheques foram rasgados na frente do Piran, mas já havia feito as cópia que constam dos autos", explicou ele.

O delator afirmou que haviam pessoas ávidas para receber a propina. "Os mais desesperados eram Afonso e Chico Lima. Já Pedro, Arnaldo e Marcel eram tranquilos e recebiam a propina até mesmo com cheque pré-datado. Piran era desesperado, ligava sete vezes por dia para fazer cobrança era desesperado”.

Segundo Muller, ele já fazia negócios escusos com Francisco Gomes de Andrade Lima, o "Chico Lima", procurador aposentado do Estado, quando foi chamado para uma reunião no Palácio do Governo.

Nesse encontro conheceu os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Arnaldo Alves de Souza, o ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de MT), Afonso Dalberto, e o ex-governador Silval Barbosa.

“O objetivo era me apresentar para o grupo. Não houve conversa sobre a negociação, mas o Chico Lima disse que antes eles haviam conversado sobre como a propina seria dividida”, contou Muller.

Durante a audiência, ele explicou que a empresa foi aberta em nome de um laranja, um pedreiro do município de Cáceres, chamado Sebastião Faria.

“Recebi orientação do Chico Lima para não atrelar meu nome à empresa que faria, a princípio, lavagem de dinheiro para ele e depois para o grupo de Silval”, relatou Muller.

“Recebi orientação do Chico Lima para não atrelar meu nome à empresa que faria, a princípio, lavagem de dinheiro para ele e depois para o grupo de Silval”, relatou Muller.

O empresário confessou que chegou a falsificar a assinatura de Sebastião Faria.

"95% das vezes quem assinava os documentos da empresa era Sebastião. Algumas vezes eu falsifiquei a assinatura dele. Nunca mais tive contato com o Sebastião. A última vez foi quando saiu a operação, há um ano e meio ou dois. Sebastião nunca teve acesso a nada. Ele nunca soube de um real que era movimentado. Tudo era eu que fazia", disse.

Sodoma 4

A quarta fase da Operação Sodoma foi deflagrada em 26 de setembro do ano passado, quando diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do bairro Jardim Liberdade, na região do bairro Osmar Cabral, no valor total de R$ 31.715 milhões à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda se deu com o único objetivo de desviar dinheiro público do Estado, em benefício da organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval Barbosa.

Ficou  comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa,  as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de Fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do ex-proprietário do imóvel Antônio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e o empresário Valdir Piran. 

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00, retornaram  via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso. O dinheiro seria repassado a ele pelo advogado da imobiliária, Levi Machado. 

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Celso 18/04/2017

Cambada de fdp. Pra suplementar orçamento pra bários importantes do Estado, como a saúde, o malandro dizia que não era possível. A tempo, onde está o irmão do governo, Toninho?

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1 comentários

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