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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
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19 de Agosto de 2019, 17h:25 - A | A

PODERES / COMPRA FANTASMA DE MATERIAL

Assessor de petista é único que sabe destino dos R$ 1,1 milhão desviados da Educação

A Defaz explicou que a compra foi feita “às pressas”, no final da gestão do ex-governador Silval Barbosa, o que reforça suspeita de fraude.

KAROLLEN NADESKA
DA REDAÇÃO



O delegado Luiz Henrique Damasceno afirmou que o ex-secretário-adjunto de Administração Sistêmica, Francisvaldo Pereira de Assunção, é o único que sabe qual foi o destino de R$ 1,1 milhão desviado da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Ele foi preso na manhã desta segunda-feira (19), na Operação da Polícia Civil “Fake Delivery”, que apura aquisição de materiais didáticos para serem distribuídos a comunidades indígenas e quilombolas, mas que “nunca” chegaram a seus destinos.

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“Os documentos que comprovam que os materiais foram entregues realmente à Seduc não foram parar no estoque onde deveriam ficar. A única coisa que a gente tem certeza é que foram desviados R$ 1,134 milhão em materiais escolares”, comentou o delegado.

O ex-adjunto atualmente trabalha como assessor no gabinete do deputado estadual Valdir Barranco (PT), na Assembleia Legislativa. Ele foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-163, próximo ao Posto Gil, em Diamantino.

"Ocorre que 28 nota foram identificadas pelo seo Francisvaldo na secretaria [Seduc], somando R$ 1,134 milhões, e esse material não foram entregue ao estoque da secretaria, isso tudo prova documental e testemunhal da Seduc", disse Damasceno. 

O delegado explicou que a compra foi feita “às pressas”, no final da gestão do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), o que levanta suspeita de fraude.

“Dos R$ 850 mil [de materiais] que foram entregues, boa parte chegou a ter a validade vencida por ausência de logística para entregar. Então, a aquisição foi meio que de última hora, às pressas, no final e na transição de Governo. Do montante total, boa parte não foi estocada onde deveria ter sido e ninguém sabe onde foi parar”, disse o delegado Luiz Henrique que comanda as investigações.

Segundo a Defaz, o contrato de aquisição dos materiais escolares foi orçado em R$ 1,134 milhão. O dinheiro teria sido alvo de fiscalização do setor administrativo da Seduc que notou a diferença dos valores não declarados. Além disso, a Seduc alertou ao Gabinete de Combate à Corrupção do Governo, à época, que os insumos estavam estocados em um departamento da pasta, em Cuiabá e, que não foram entregues por falta de logística, ou seja, que os materiais não puderam ser transportados. Neste caso, a suspeita é que os materiais foram comprados apenas para desviar recursos.

“Os documentos que comprovam que os materiais foram entregues realmente à Seduc não foram parar no estoque onde deveriam ficar. A única coisa que a gente tem certeza é que foram desviados R$ 1,134 milhão em materiais escolares”, comentou o delegado.

Questionado sobre possível ‘elo criminoso’ entre a deputada Rosa Neide (PT), o ex-adjunto Francivaldo e Silval Barbosa, o delegado respondeu “a gente tem certeza hoje é de que o Francisvaldo recebeu as notas e não mandou para o local devido. Se isso tem a participação de Silval Barbosa ou não, não sei te dizer, até porque foi no finalzinho do Governo dele, então ainda é cedo para fazer esse tipo de vinculação”.

As investigações da Defaz continuam.

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