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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
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17 de Julho de 2014, 16h:39 - A | A

NACIONAL / TRAGÉDIA

Avião da Malaysia Airlines com 295 pessoas a bordo cai na Ucrânia

Assessor de ministério ucraniano disse que aeronave teria sido abatida. Região da queda está sob controle de milicianos separatistas pró-Rússia.

Do G1, em São Paulo



Um Boeing 777 da Malaysia Airlines com 295 pessoas a bordo caiu na Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, nesta quinta-feira (17).

A agência russa Interfax afirmou que o avião teria sido derrubado quando estava a 10 mil metros de altitude. A informação ainda não foi confirmada pelas autoridades. Acompanhe a cobertura em tempo real.

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A Malaysia Airlines informou que perdeu contato com o voo MH17 às 14h15 GMT (11h15 de Brasília) a cerca de 50 km da fronteira entre Ucrânia e Rússia. O avião havia decolado de Amsterdã, na Holanda, às 12h15 locais, e deveria chegar a Kuala Lumpur, naMalásia, às 6h10 desta sexta-feira (18), também no horário local.

A aeronave voava normalmente, sem registro de problemas, até desaparecer do radar, segundo Dmytro Babeychuk, chefe do órgão regulador do espaço aéreo ucraniano. A Associação Internacional de Transporte Aéreo informou que o avião voava em uma área livre de restrições.

Nas últimas semanas, aviões militares foram derrubados no leste ucraniano, perto da fronteira russa, onde as forças do governo têm enfrentado separatistas pró-Rússia.

Destroços

Destroços do avião, em cuja cauda aparece a logomarca da companhia malaia, malas e outros equipamentos podem ser vistos espalhados ao longo de uma vasta zona da cidade de Grabove, na região de Donetsk. Soldados das forças rebeldes e bombeiros já chegaram ao local, e a Rússia pediu a Kiev permissão para entrar no leste da Ucrânia e ajudar com as operações de resgate.

Separatistas pró-Rússia disseram ter encontrado a caixa preta do avião, segundo a agência Interfax. De acordo com a agência RIA, eles estariam dispostos a um cessar-fogo de três dias para que os trabalhos de resgate possam ser realizados.

O chefe dos serviços de emergência da Ucrânia disse que os trabalhos de resgate estão sendo impedidos por "terroristas armados".

Zoryan Shkyryak, assessor do Ministério do Interior russo, disse à Interfax que o número total de mortos passa de 300, entre eles 23 cidadãos norte-americanos. A informação difere do número oficial de pessoas a bordo do avião, de 295.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em pronunciamento que o governo está trabalhando para confirmar a existência de americanos a bordo da aeronave. "Nossos pensamentos e orações estão com as famílias dos passageiros", disse Obama.

O vice-presidente americano ofereceu assistência para o presidente ucraniano para ajudar nas investigações do que ocorreu com o avião. A França informou que pelo menos quatro franceses estavam no voo.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse que a queda do avião foi um "ataque terrorista". "Eu acabei de conversar com o primeiro-ministro da Holanda e expressei minhas condolências. Em nome da Ucrânia, eu convidei profissionais e especialistas da Holanda para investigar esse ataque terrorista de forma transparente. Quero enfatizar que não chamamos isso de acidente ou catástrofe. É um ataque terrorista."

Em comunicado, Poroshenko declarou que "este é o terceiro caso trágico nos últimos dias, após os aviões An-26 e Su-25 das forças armadas ucranianas serem derrubados a partir do território da Rússia".

O chefe de segurança da Ucrânia, Valentyn Nalivaychenko, acusou dois militares do serviço de inteligência russo de estarem envolvidos com a queda do avião e disse que eles devem ser punidos pelo “crime”. Segundo ele, a acusação é baseada em interceptações de ligações telefônicas entre os dois militares.

Míssil

Anton Goroshenko, assessor do ministro do Interior da Ucrânia, disse em sua página no Facebook que a aeronave foi abatida por um míssil terra-ar. De acordo com Goroshenko, estavam a bordo 280 passageiros e 15 tripulantes.

Representantes da autoproclamada República Popular de Donetsk negaram que tenham armamento para derrubar um avião que voe a 10 mil metros de altura.

O líder separatista Aleksander Borodai culpou as forças ucranianas pela derrubada do avião. “Aparentemente, é um avião de passageiros, que foi derrubado pela Força Aérea da Ucrânia”, disse à emissora de TV russa Rossiya 24.

Um comunicado publicado em um site oficial dos separatistas pró-russos também culpa as forças da Ucrânia. "Testemunhas viram o Boeing 777 ser atacado por um avião de caça ucraniano. Depois, o avião comercial partiu em dois e caiu no território da 'República de Lugansk' (autoproclamada pelos separatistas no leste da Ucrânia)", informa o site.

O governo de Kiev negou o envolvimento de suas Forças Armadas na queda do avião.

Testemunhas

"Eu estava trabalhando no campo com o meu trator quando ouvi o barulho de um avião e então uma explosão e tiros. Então eu vi o avião bater no chão e quebrar em dois. Tinha muita fumaça preta", disse à Reuters uma testemunha que se identificou apenas como Vladimir.

Um rebelde separatista da localidade próxima de Krasni Luch, que se identificou apenas como Sergei, disse: "Da minha varanda eu vi o avião começando a descer de uma altitude muito grande e então escutei duas explosões".

Ele negou que os rebeldes tenham derrubado o avião. "Isso somente poderia acontecer se fosse um caça ou um míssil terra-ar (que tenha abatido o avião de passageiros)", disse ele.

Alerta entre empresas aéreas

Após o acidente, a companhia aérea alemã Lufthansa decidiu passar a evitar o espaço aéreo no leste da Ucrânia. A medida tem efeito imediato, segundo a Reuters, mas a empresa por enquanto continuará servindo os aeroportos de Kiev e Odessa.

As empresas Virgin e Transaero anunciaram a mesma medida, assim como a companhia aérea russa Aeroflot; a Turkish, da Turquia; a Air France, da França; a italiana Alitalia e a holandesa KLM.

"A Air France está monitorando a situação em tempo real e decidiu não voar mais sobre o leste ucraniano após ser informada do incidente", disse um porta-voz da empresa. A Administração Federal de Aviação dos EUA havia alertado as companhias americanas a evitarem a área desde 4 de abril.

Autoridades

Segundo a agência russa RT, o presidente russo, Vladimir Putin, informou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a queda imediatamente após as primeiras notícias, em uma conversa telefônica. O Kremlin e a Casa Branca ainda não se pronunciaram sobre a possibilidade de o avião ter sido derrubado.

Putin expressou suas "sinceras condolências" ao primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, que se disse chocado com o ocorrido. "Eu estou chocado com as informações sobre queda de um avião da MH. Nós estamos lançando uma investigação imediata", disse Razak em sua conta no Twitter. MH é o código usado para a companhia Malaysia Airlines.

O premiê da Holanda, que estava em Bruxelas, anunciou que está retornando para seu país após a queda do avião. "Estou profundamente chocado com as dramáticas informações da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines", afirmou.

Avião desaparecido

A Malaysia Airlines é a mesma companhia que teve um avião desaparecido em circustâncias misteriosas em março deste ano, com 239 pessoas a bordo. O voo MH370, que saiu de Kuala Lumpur para Pequim, na China, perdeu o contato durante o trajeto e teria caído no sul do oceano Índico, depois de mudar de rota.

Apesar dos grandes meios mobilizados, até hoje não foi encontrado nenhum destroço da aeronave. As buscas continuam em regiões próximas à costa da Austrália.

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