O DIA
Três bombeiros morreram durante um incêndio que atingiu Whiskeria Quatro por Quatro, na Rua Buenos Aires 44, no Centro do Rio, nesta sexta-feira. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. Eles chegaram a ser socorridos para o Hospital Municipal Souza Aguiar e para o hospital da corporação, mas não resistiram. Inicialmente, a Defesa Civil informou que quatro militares não resistiram aos ferimentos. No entanto, técnicos do órgão corrigiram a informação e a atualizaram para três militares mortos e um gravemente ferido.
Os familiares das vítimas já começaram a chegar no hospital. Segundo bombeiros, que não quiseram se identificar, o que aconteceu foi uma fatalidade. "Todos eram bombeiros muito experientes, muito técnicos, tinham muito conhecimento sobre combate a incêndio. Foi uma fatalidade que aconteceu, o teto que desabou e matou os quatro. Eram agentes muito experientes", disse um agente.
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Luiz Tinoco, tio do militar Klerton, foi para o Hospital Souza Aguiar, mas o sobrinho está no Hospital dos Bombeiros. Na rede municipal, ele foi informado que o sobrinho não resistiu, mas ainda segue com esperança. "Ficamos surpresos com a notícia e assim que soubemos corremos pra cá (Souza Aguiar). Meu sobrinho era um bombeiro experiente, sabia trabalhar bem", disse emocionado.
O administrador Marcio Bonan, que trabalha perto da Whiskeria, contou que o foco do incêndio parecia ser pequeno no começo e que a brigada de incêndio da Transpetro alertou os funcionários. "Cheguei a ver cerca de 10 pessoas saindo pelos fundos da Quatro por Quatro. Elas não estavam tossindo e não pareciam que tinham inalado fumaça. As meninas pareciam desorientadas e estavam muito abaladas. Algumas chorando".
Ainda segundo Marcio, o incêndio tomou uma proporção maior após a saída dos funcionários. "No inicio, parecia algo pequeno. Mas cresceu de repente. Eu acho que isso aconteceu porque tem muito material inflamável lá dentro. Tanto que os bombeiros estão combatendo o incêndio até agora".
Já Vanessa Ferraz chegou ao local desesperada, nervosa e chorando muito. Ela é irmã do militar Rodolfo Ferraz, do quartel Central, e viu a notícia das mortes dos bombeiros pela internet. Desesperada, ela foi saber se o irmão era uma das vítimas, mas encontrou o irmão em segurança. E deram um rápido abraço emocionado. "Na notícia não dizia o nome dos bombeiros. Eu estava numa apresentação da escola da minha filha e vim correndo. Mas, graças a Deus, está tudo bem com meu irmão".
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que a corporação vai abrir uma sindicância para apurar as causas do ocorrido. Equipes de assistentes sociais já estão em contato com os familiares das vítimas. "O CBMERJ está consternado com a notícia e se solidariza com parentes, amigos e colegas de farda", diz a nota.
Em nota, o governador Wilson Witzel lamentou as mortes e decretou luto de três dias. "Quero manifestar meu pesar. Foram heróis que perderam suas vidas cumprindo o seu dever. Ordenei rigorosa apuração de todos os fatos que ocorreram durante o combate ao incêndio e que resultaram nesta tragédia. Presto solidariedade às famílias das vítimas. Que Deus os receba e abençoe", disse o governador".