facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 27 de Abril de 2024
27 de Abril de 2024

04 de Fevereiro de 2015, 22h:39 - A | A

GERAL / LEMAT FANTASMA

Toco Palma recebeu R$ 350 mil em salários para presidir loteria que não existe

Nomeado desde 20 de outubro de 2011, Toco Palma recebia mensalmente cerca de R$ 9 mil de salário, no nível DGA-2, até que pediu exoneração em 20 de dezembro de 2014.

ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO



O ex-presidente por três anos da Lemat (Loteria de Mato Grosso), Manoel Antônio Garcia Palma, o Toco Palma, não escondeu a insatisfação quanto à decisão do governador Pedro Taques (PDT) de revogar o decreto que disciplinava a exploração de modalidade no Estado. Apesar de existir desde 1953, a Loteria não opera desde a década de 80.

Ele afirmou que o objetivo da loteria era trazer recursos ao Estado, que poderiam chegar à ordem R$ 1,5 milhão ao mês, que destinariam 7% da renda líquida para a pasta de Esportes, 3% para o Fundo Social e 8% à Lemat, ou seja, para que a estrutura seja mantida.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Nomeado desde 20 de outubro de 2011, Toco recebia mensalmente cerca de R$ 9 mil de salário, no nível DGA-2, até que pediu exoneração em 20 de dezembro de 2014.

"O meu trabalho eu fiz, que era fazer a licitação e as audiências publicas. Agora é um novo governo, desejo felicidades e que faça um bom governo"

O que dá em torno de R$ 350 mil em salários.

Ele disse que realizou duas licitações para contratar empresas interessadas em tocar a loteria e fez duas audiências públicas nesse período, e revelou a desorganização da loteria em Mato Grosso.

“No Brasil, existem 12 estados que podem criar a loteria, que é serviço público e pode ser concedido e licitado. O ex-governador [Silval Barbosa (PMDB)] achou melhor fazer a concessão. Não tínhamos funcionários no Estado que entendiam de loterias. Teve duas empresas interessadas, mas elas começaram a se digladiar na justiça”.

“O intuito da Lemat era arrecadar, mas estava congelada e não trouxe recursos. Quando eu assumi, pedi para ver o passivo e o ativo, mas ninguém achou. O meu trabalho eu fiz, que era fazer a licitação e as audiências publicas. Agora é um novo governo, desejo felicidades e que faça um bom governo. Mas o intuito da Lemat era apenas arrecadar”.

O retorno da Loteria, que foi desativada na década de 80, começou a ser desenhado em 2010, com a aprovação da lei garantindo a sua reativação. A concessão dos jogos precisou ser adiada em 2012, após o grupo de o bicheiro Carlinhos Cachoeira dar como certo que iria controlar a Lemat.

Conversas por e-mail interceptadas pela PF, em outubro de 2010, mostravam que pessoas ligadas a Cachoeira estavam satisfeitas com a reeleição do governador Silval Barbosa, dando a entender que com ele seria mais fácil assumir o jogo.  

“Agora, vamos implantar a loteria em Mato Grosso”, escreveu o consultor argentino Roberto Coppola em mensagem a Adriano de Souza, cunhado de Cachoeira. Na época, o governador minimizou a informação e disse que se tratava de uma “conversa de malucos”.

Comente esta notícia