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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

18 de Dezembro de 2018, 07h:18 - A | A

POLÍCIA / "SANGRIA" 2

Operação prende 3 médicos e mais 5 por fraudes em contratos da Saúde

Segundo a Defaz, todos os presos são acusados de atrapalhar as investigações que apuram a existência de organização criminosa para monopolizar a saúde em Mato Grosso.

DA REDAÇÃO



A Polícia Civil cumpre, na manhã desta terça-feira (18), oito mandados de prisão preventiva e quatro buscas e apreensão na segunda fase da operação “Sangria”, da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que apura organização criminosa que atuava para monopolizar a saúde no Estado, por meio de serviços médicos hospitalares. Os nomes dos acusados ainda não foram divulgados.

A operação é um é desdobramento dos onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, no último dia 4, para investigar irregularidades em licitações e contratos com as empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o Estado.

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No dia 14 de dezembro, um segundo inquérito policial (196/2018) foi instaurado, após a Polícia Civil detectar que os investigados agiam para obstruir o trabalho da Justiça. Entre os acusados estão um gerente de licitação, um coordenador financeiro e funcionários das empresas prestadoras de serviços médicos hospitalares. “Destruindo, ocultando, coagindo testemunhas, usando de força política para atrapalhar o levantamento de informações e ainda fazendo pagamentos pendentes com o fim de arredondar documentos para encobrir as fraudes”, disse a delegada titular da Defaz, Maria Alice Barros Martins Amorim.

A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.

Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencentes a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.

A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.

Nome da Operação

O nome da operação “Sangria” é alusivo a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.

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