LUIS VINICIUS
DA REDAÇÃO
A jovem Lucivânia de Alencar, 19, que estava desaparecida desde segunda-feira (17), confessou à Polícia Civil de Sorriso (420 Km de Cuiabá) que forjou o próprio sequestro para sensibilizar o marido, que estava querendo se separar dela. O delegado responsável pelas investigações, Bruno Sérgio Magalhães Abreu, contou ao 
que Lucivânia entrou em contato com João Pedro Bressan, 18, por meio de uma rede social, na noite de domingo (16), para que ele a ajudasse no plano do falso sequestro. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (20), em entrevista coletiva, na delegacia do município.
Em depoimento, Lucivânia confessou todo o plano e afirmou que agiu por impulso para tentar salvar o casamento. Por outro lado, João Pedro alegou que a jovem planejou tudo e que ficou na casa dele durante todo o tempo em que estava "desaparecida", com acesso à bebida e comida.
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“Depois que ela recebeu atendimento, pedi para que ela viesse falar comigo. Na manhã de hoje, ela confessou, depois de uns 40 minutos de conversa, falando que estava com medo de que o marido fosse separar dela e que, em um momento de loucura, forjou o sequestro. Lucivânia disse que tudo surgiu a partir do ex que a estava perseguindo aqui em Sorriso, um mês atrás. Quando viu que o marido estaria sabendo da volta do ex e que queria se separar, ela inventou toda a história”, disse o delegado.
Na manhã de hoje, ela confessou, depois de uns 40 minutos de conversa, falando que estava com medo de que o marido fosse separar dela e que, em um momento de loucura, forjou o sequestro", disse o delegado.
O caso
A família comunicou o crime de sequestro à Polícia na manhã de terça-feira (18), após ter recebido ligações do celular de Lucivânia e de um número desconhecido, onde um suposto criminoso falava que estaria com a jovem e que tinha planos de matá-la. A família acreditava que o suposto sequestrador se tratava de Marcelo Martins Soares, ex-namorado de Lucivânia, que se apresentou e comprovou se tratar de um engano. A Polícia começou a desconfiar da hipótese de sequestro após perceber que nenhum pedido de resgate foi feito.
“No exato momento que descobrimos que não havia pedido de dinheiro e que os telefones que estavam com os ‘sequestradores’ estavam circulando na cidade, isso nos chamou a atenção. Afinal, como seria um sequestro com a pessoa sequestrada e o suspeito andando pela cidade? Foi aí que a gente começou a ter uma segunda linha de investigação, que era esse sequestro forjado”, disse o delegado.
Os policiais entraram em contato com um dos celulares usados nas ligações à família e descobriu que pertencia a João Pedro, que estaria andando com Lucivânia. Ao perceber que a ligação era de policiais, João parou de responder as mensagens.
Segundo o delegado, ao perceber a grande quantidade de policiais envolvidos no caso, Lucivânia teria ficado assustada e resolveu acabar com o “sequestro”. De acordo com Bruno Abreu, Lucivânia e João teriam chamado um táxi por volta das 20 horas da quarta-feira (19). O taxista os levou até uma estrada de chão paralela à BR-163, próximo a um posto da concessionária Rota Oeste. Sem os chinelos e com as mãos amarradas com fita adesiva, Lucivânia foi até o posto da concessionária e pediu ajuda. Ela alegou que foi sequestrada, recebeu os primeiros atendimentos e foi encaminhada para o Hospital Regional de Sorriso. João Pedro, por sua vez, retornou com o taxista para casa.
“No exato momento que descobrimos que não havia pedido de dinheiro e que os telefones que estavam com os ‘sequestradores’ estavam circulando na cidade, isso nos chamou a atenção", explicou Bruno Abreu.
Polícia descarta participação de ex-namorado
O delegado Bruno Abreu afirmou que a primeira linha de investigação da Polícia era descobrir se um ex-namorado de Lucivânia, Marcelo Martins, com quem ela se relacionou anos atrás, seria o responsável pelo suposto sequestro.
Lucivânia teria dito a família que o ex-namorado dela, o técnico agrícola Marcelo Martins Soares a teria procurado na cidade, há cerca de um mês, ameaçando expor fotos nuas dela, tiradas durante o período em que ficaram juntos. Ela disse que tinha medo que o marido descobrisse e, por isso, apagou as mensagens enviadas pelo ex-namorado. Para a avó, ela chegou a dizer que estava com medo de morrer, antes de desaparecer no início da semana.
“O que me chamou a atenção foi que ela nunca comunicou a extorsão que havia sofrido à Policia, ou que estaria com medo de morrer”, disse Bruno.
O delegado afirmou que Marcelo apresentou um cartão de ponto de seu trabalho para comprovar que estava em Nova Xavantina em todos os dias que a moça estava desaparecida. Após ser ouvido, ele foi liberado. No entanto, a acusação de extorsão será investigada. “Desde segunda de manhã, ele estava em Nova Xavantina. Ele foi até a delegacia do município e apresentou o cartão de ponto da fazenda onde trabalha, provando que não saiu da cidade, o que também foi confirmado pelo patrão dele”, disse.
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