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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

05 de Janeiro de 2019, 11h:35 - A | A

POLÍCIA / CONFLITO ANUNCIADO

Dois morrem e 9 ficam feridos em tiroteio em fazenda de Riva e Silval

Área vem sofrendo com invasões desde 2000; MPE alertou que a disputa poderia matar dezenas de pessoas na região

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



Duas pessoas morreram e nove foram baleadas durante um conflito armado na Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), em Colniza (1.065 km ao Norte de Cuiabá), na madrugada deste sábado (05). A área é de propriedade da empresa Floresta Viva Exploração de Madeira e Terraplanagem, que tem como principal sócio o ex-presidente da Assembleia Legislativa José Riva. O ex-governador Silval Barbosa também seria um dos donos da propriedade por meio de um "laranja".

De acordo com informações da Polícia Civil o conflito foi entre seguranças da fazenda e supostos membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que tentaram invadir o local. 

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Conforme a polícia, as informações das duas mortes e sete feridos ainda são preliminares.

A Delegacia de Polícia de Colniza solicitou reforço da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, Ciopaer, da Secretaria de Segurança Pública, e peritos da Politec de Cuiabá para realizar os trabalhos de crime e necropsia.

Tragédia anunciada 

Em setembro de 2018, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Colniza, oficiou o Governo do Estado sobre risco de conflito armado por disputas de terras na região. Na oportunidade um  um grupo de aproximadamente 200 pessoas havia ocupado a fazenda, que possui 46 mil alqueires.

Diante da situação, o MPE comunicou as autoridades competentes reiterando providências.

“Não há dúvida de que a ausência de intervenção imediata do Estado pode ocasionar a morte de dezenas de pessoas”, afirmou à época o promotor de Justiça de Colniza em ofício encaminhado ao governador do Estado, com cópia integral da Notícia de Fato, solicitando adoção de providências para impedir o conflito armado.

De acordo com o MPE, a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali) vem sofrendo invasões desde o ano 2000 e, após a reintegração de posse ocorrida em 2017.

Atualizada (13h37) - A assessoria do ex-deputado Riva, por meio de nota, afirmou que os seguranças da fazenda foram vítimas de uma emboscada "realizada por terceiros, fortemente armados" que atentaram contra a vida dos profissionais. A assessoria também disse que a área já sofreu inúmeras "invasões ilegais". 
Leia o texto na íntegra:


“A em­presa Flo­resta Viva, em de­cor­rência dos úl­timos fatos ocor­ridos em sua pro­pri­e­dade rural si­tuada em Col­niza-MT, es­cla­rece:

1) A Fa­zenda Bauru desde sua aqui­sição sofre inú­meras in­va­sões ile­gais, onde a pro­pri­e­dade é des­truída e crimes am­bi­en­tais são re­a­li­zados. Todas as in­va­sões foram de­vi­da­mente co­mu­ni­cadas ao Poder Ju­di­ciário; 

2) Os in­va­sores in­sistem em des­res­peitar as or­dens ju­di­ciais, in­clu­sive de afas­ta­mento dos li­mites da pro­pri­e­dade e, co­mentem toda sorte de crimes, como ameaça, crimes am­bi­en­tais e etc. Tais ocor­rên­cias sempre foram de­vi­da­mente co­mu­ni­cadas em tempo e modo as au­to­ri­dades com­pe­tentes; 

3) Em razão das inú­meras in­va­sões, a em­presa con­tratou uma em­presa de se­gu­rança pri­vada, de­vi­da­mente re­gis­trada e pre­vi­a­mente in­for­mada as au­to­ri­dades, com a fi­na­li­dade de pro­teger o local das inú­meras in­va­sões; 

4) In­fe­liz­mente no dia de hoje, em­pre­gados da em­presa ha­bi­li­tada de se­gu­rança ter­cei­ri­zada pri­vada, si­tuada na Fa­zenda Bauru, so­freram uma em­bos­cada re­a­li­zada por ter­ceiros, for­te­mente ar­mados, que aten­taram contra a vida dos se­gu­ranças e em­pre­gados da fa­zenda. 

5) La­men­ta­vel­mente pes­soas que se auto de­no­minam tra­ba­lha­dores ru­rais, mas que fazem parte de um grupo ar­mado, no­va­mente des­res­pei­tando ordem ju­di­cial de rein­te­gração de posse e de afas­ta­mento dos li­mites da pro­pri­e­dade, não so­mente aten­taram contra a vida de pes­soas como pre­ten­deram com o uso da força, in­vadir a pro­pri­e­dade rural pro­du­tiva, para co­meter crimes de toda ordem.

6)A em­presa de se­gu­rança li­mitou-se a de­fender no in­tuito de ga­rantir a in­te­gri­dade fí­sica dos seus em­pre­gados. 

7) A em­presa Flo­resta Viva, ime­di­a­ta­mente após o ocor­rido, co­mu­nicou os fatos as au­to­ri­dades com­pe­tentes. 

8) Igual­mente, como em todas as oca­siões, a em­presa Flo­resta Viva le­vará a si­tu­ação ao Poder Ju­di­ciário para ga­rantir a ordem e o cum­pri­mento da lei. 

9) Por fim, a em­presa la­menta o ocor­rido, ex­ter­nando sua pre­o­cu­pação com a vida e in­te­gra­li­dade fí­sica de todos os en­vol­vidos.” 

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