CAROL SANFORD
DA REPORTAGEM
O ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Silvio Correa prestou esclarecimentos a respeito da desapropriação de uma área localizada no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, no valor de R$ 31 milhões, alvo da Operação Sodoma 4.
Em depoimento, na tarde desta sexta-feira (21), à juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal, Silvio - que é réu confesso na ação - relatou que a denúncia é em parte verdadeira.
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“Eu reconheço o que eu fiz”, disse.
Silvio contou que fez o encaminhamento do ofício para a desapropriação do terreno, como chefe de gabinete à época, mas sem ter conhecimento de que o fato traria retorno financeiro para a organização criminosa.
“Não recebi absolutamente nada com esse esquema”, afirmou.
O ex-assessor explicou que o ex-procurador geral do Estado, Francisco Lima, o Chico Lima o procurou para que o ofício fosse emitido.
“Foi ele quem articulou todo o esquema de desapropriação. O Chico recebeu retorno”, apontou.
Ele também voltou a comentar sobre o comentário feito a Pedro Nadaf, e tido como ameaça pelo ex-secretário de Estado, de que delatores deveriam morrer, mas garantiu que não tem interesse em atentar contra a vida de ninguém.
“Isso foi no calor do momento, em que estava preso”, minimizou.
Conforme a promotora Ana Cristina Bardusco, o laudo apresentado pelo ex-procurador-geral Chico Lima foi emitido antes do processo administrativo ser montado. “As datas são bastante contraditórias”, apontou ela.
“Tenho certeza de que esse processo foi tratado direto com o Silval. Só fiquei sabendo de tudo isso depois que a operação começou”, comentou o réu.
Ele disse ainda que sabia da dívida do ex-governador com o empresário Valdir Piran. “Era dívida de campanha, tinha promissórias e devem ter sido resgatadas, pois pagaram a dívida”.
Silvio Correa também afirmou saber que a dívida com o Buffet Leila Malouf existia e consistia no montante aproximado de R$ 1 milhão. Porém, disse não ter certeza de que todo o débito tenha sido efetivamente quitado.
“Acredito que foi paga em 2014, porque antes não foi. Não sei como foi feito o contrato, mas não foi pela administração pública”, comentou.
Ele também voltou a comentar sobre a ameaça de que delatores deveriam morrer, mas garantiu que não tem interesse em atentar contra a vida de ninguém.
“Isso foi no calor do momento, em que estava preso”, minimizou.