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15 de Fevereiro de 2017, 15h:38 - A | A

PODERES / "A GRANDE QUADRILHA"

Mensalinho da Marmeleiro foi pago a todos os secretários da SAD, aponta investigação

Ex-secretários da SAD na gestão Silval, César Zílio, Francisco Faiad, Pedro Elias Domingos e José Cordeiro são acusados de receber propina da empresa

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



De acordo com as investigações que resultaram na quinta fase da Operação Sodoma, deflagrada na terça-feira (14), pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), todos os que chefiaram a Secretaria de Estado de Administração (SAD) durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), participaram de organização criminosa.

“Consta, portanto, que César Zílio recebeu propina entre outubro de 2011 a dezembro de 2012, e Francisco Faiad teria recebido entre janeiro a dezembro de 2013, e Pedro Elias de janeiro a dezembro de 2014”, diz trecho dos autos.

Dessa forma, os ex-secretários César Zílio, Francisco Faiad e Pedro Elias Domingos, além do ex-adjunto José de Jesus Nunes Cordeiro, teriam ciência do esquema de cobrança de propina junto a Marmeleiro Auto Posto Ltda, de propriedade de Juliano Volpato.

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“Consta, portanto, que César Zílio recebeu propina entre outubro de 2011 a dezembro de 2012, e Francisco Faiad teria recebido entre janeiro a dezembro de 2013, e Pedro Elias de janeiro a dezembro de 2014”, diz trecho dos autos.

“O colaborador Pedro Elias, em declarações, confessa ter recebido durante o período de janeiro a novembro de 2014, enquanto ocupou o cargo de secretário de Administração, bem como, que os valores por ele recebidos foram autorizados por Sílvio César Corrêa Araújo, ex-chefe de Gabinete e pessoa de confiança do então governador Silval Barbosa”.

Mesmo quando saiu da SAD e passou a ser responsável pelo MT Fomento, César Zílio continuou recebendo a propina, com autorização de Francisco Faiad, no período em que este esteve à frente da SAD.

Faiad, inclusive, adiantava parte de sua propina em forma de abastecimentos nos postos de combustível Marmeleiro, de acordo com declarações de Juliano Volpato e seu administrador Edézio Corrêa à Defaz.   

“Esses abastecimentos eram abatidos por Juliano do valor da propina mensal destinada a ele, aspecto que mais uma vez ilustra sua total adesão ao grupo criminoso tendo total ciência da origem dos valores recebidos”, destaca o documento.

Em setembro de 2013, no entanto, houve a troca dessa atribuição de Zílio para Pedro Elias Domingos, então secretário-adjunto da SAD. “César Zílio confirma em colaboração premiada que a troca do membro arrecadador da propina foi comunicada a Juliano Volpato em setembro de 2013”, diz trecho da decisão.

Já em janeiro de 2014, Pedro Elias foi promovido ao cargo de titular da SAD e “tão logo assumiu a titularidade da secretaria, chamou Juliano Volpato a seu gabinete e determinou que as propinas fossem pagas diretamente a ele, assumindo em definitivo o recebimento”, discorre a juíza em seu decreto.

As entregas do dinheiro eram feitas em espécie, no gabinete de Pedro Elias na SAD ou em locais previamente marcados por ele.

Tal informação foi confirmada pelo próprio ex-secretário, em sua delação premiada. “O colaborador Pedro Elias, em declarações, confessa ter recebido durante o período de janeiro a novembro de 2014, enquanto ocupou o cargo de secretário de Administração, bem como, que os valores por ele recebidos foram autorizados por Sílvio César Corrêa Araújo, ex-chefe de Gabinete e pessoa de confiança do então governador Silval Barbosa”.

Quando Pedro Elias assumiu o papel de recebedor da propina da Marmeleiro Auto Posto, o ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa teria estabelecido mudanças na forma de divisão da vantagem ilícita. O valor teria que ser dividido apenas em duas partes e R$ 40 mil cada, e não em quatro partes desiguais como ocorria antes.

Dessa forma, enquanto Pedro Elias ficaria com R$ 40 mil, a outra parte igual deveria ser entregue a Sílvio. Assim, Edézio, Francisco Faiad e César Zílio não mais fariam parte da divisão.

Apesar disso, Juliano Volpato relatou à Defaz que em dezembro de 2014, a propina foi entregue integralmente para José Cordeiro, então secretário-adjunto da SAD, que chamou o empresário até a Secretaria, “ordenando que o pagamento fosse feito em duas parcelas de R$ 40 mil cada, que seriam entregues uma no estacionamento da Assembleia Legislativa e outra no escritório da empresa Marmeleiro”. 

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