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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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19 de Outubro de 2018, 17h:10 - A | A

PODERES / PROPINA EM CONSIGNADOS

Malouf revela que Taques manteve esquema de corrupção do Governo Silval

Em delação, o empresário contou que o governador tinha ciência e autorizou pagamento de propina.

MIKHAIL FAVALESSA
DA REDAÇÃO



Em seu acordo de colaboração premiada fechado com a Procuradoria Geral da República (PGR), o empresário Alan Malouf narra que combinou com o governador Pedro Taques (PSDB) e o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques o recebimento de propinas para “retorno” de valores investidos em "Caixa 2' da campanha de 2014.

A delação de Malouf teve o sigilo levantado pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um total de 20 anexos, aos quais o teve acesso, o empresário relata casos de corrupção envolvendo o Governo do Estado.

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Segundo Malouf, o empresário Willians Mishur, dono da Consignum, teria pago R$ 900 mil para manter o contrato de gestão dos empréstimos consignados do Governo do Estado. O esquema envolvendo Mishur teve início na gestão do ex-governador Silval Barbosa e teria continuado na gestão Pedro Taques, segundo Alan Malouf.

“Entre os meses de julho/agosto de 2014, no decorrer da campanha, o atual governador ordenou para que o Peticionante juntamente com o coordenador jurídico da campanha [Paulo Taques], recebessem um empresário que detinha contrato para gerir empréstimos consignados com o Governo do Estado – Gestão Silval Barbosa – Sr. Willians Mishur”, diz o depoimento de Malouf.

Na reunião, Mishur teria então explicado a Alan Malouf o funcionamento do esquema de corrupção na gestão Silval, com o pagamento de propina para manutenção de contratos com a Consignum. Os valores mensais do chamado "retorno" seriam de R$ 500 mil a R$ 1 milhão.

“Passados alguns dias, o peticionante, em reunião com o pretenso candidato Pedro Taques, informou ao mesmo todo o teor da reunião com o referido empresário e reafirmou a sua opinião de que o referido empresário não teria o perfil ético que o grupo buscava para ajudar no projeto político, sendo que na oportunidade Pedro Taques concordou com os argumentos apresentados pelo depoente e encerram o referido assunto”, diz Malouf.

“Que teve conhecimento, através de Pedro Taques, que parte do referido recurso foi destinado pelo Sr. Paulo Taques para pagar despesas até então desconhecidas pelo Peticionante e do grupo de empresários/amigos”, diz Alan Malouf.

Em uma data posterior, Willians Mishur teria doado R$ 900 mil à campanha de Taques - os valores teriam sido recebido por Paulo Taques. A doação teria sido dividida da seguinte forma: R$ 500 mil em espécie a Paulo Taques e outros R$ 400 mil em cheques, entregues pelo ex-secretário a Donizete Aguilera Castrillon. Os valores pagos a Castrillon retornaram por meio de uma doação oficial feita à campanha pela Aguilera Auto Peças Ltda, em agosto de 2014.

“Que teve conhecimento, através de Pedro Taques, que parte do referido recurso foi destinado pelo Sr. Paulo Taques para pagar despesas até então desconhecidas pelo peticionante e do grupo de empresários/amigos”, diz o depoimento de Alan Malouf.

O grupo de empresários que era encarregado de recolher doações - mesmo aquelas declaradas - para a campanha de Taques era formado por Alan Malouf, Marcelo Maluf, Juliano Bortoloto, Fernando Minosso, Erivelton Gasques e Eraí Maggi.

Pedro Taques foi eleito em 2014 e assumiu o Governo do Estado em 2015. Depois da posse, Alan Malouf, Pedro Taques e Paulo Taques, este já no cargo de secretário-chefe da Casa Civil, teriam se reunido no gabinete do governador para acertar o retorno do valor recebido de "Caixa 2"  na campanha.

“Que em janeiro de 2015, O governador eleito, chamou em seu gabinete o peticionante e o então chefe da Casa Civil Paulo Taques, e determinou aos mesmos para que fossem saldados os empréstimos com o grupo de empresários já citados, inclusive o peticionante, que havia sido tomado para quitar os restos de campanha”, diz a delação.

Na reunião, Alan Malouf afirma ter cobrado a retirada da Consignum para gestão dos consignados. Paulo Taques teria pedido para que o contrato fosse mantido por mais três meses “a fim de viabilizar para a mesma a oportunidade de recuperar os valores doados a campanha, no que Pedro Taques concordou com a manutenção do contrato da empresa Consignum”.

Um dos coordenadores financeiros da campanha de Pedro Taques, o ex-secretário Julio Modesto teria sido procurado pelo empresário Willians Mishur e, de acordo com Malouf, mas teria discordado de receber propina para que mantesse o contrato com a Consignum. Mesmo com a recusa de Modesto em receber o pagamento ilegal, o governador Pedro Taques determinou que não rompesse o contrato até 2016.

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Eleitor trouxa 19/10/2018

Gostaria de saber o resultado da fajuta CPI DOS CONSIGNADOS, criada por Malouf e Alan Kardek???? Fiz uma denúncia de descontos ilegais e até hoje sequer fui acionada??? Era só uma pressãozinha para extorquir dinheiro dos donos desta empresa de merda?? Ou que será? Ainda estou esperando uma resolução dos nossos representantes?? kkkkkkkk povo FDT do inferno

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1 comentários

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