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Cuiabá, 10 de Maio de 2024
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24 de Maio de 2018, 07h:00 - A | A

PODERES / PRESO HÁ 15 DIAS

Empresário quer delatar acusados de receber propina do Detran

O empresário foi preso na Operação Bônus, deflagrada pela Polícia Fazendária, no último dia 9, acusado de ser o responsável pela distribuição de R$ 30 milhões desviados do Departamento Estadual de Trânsito.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



O ex-sócio da Santos Treinamento e um dos alvos da 2ª fase da Operação Bereré, Roque Anildo Reinheimer, propôs um acordo de deleção premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) em troca da liberdade e até perdão judicial.

O empresário foi preso na Operação Bônus, deflagrada pela Polícia Fazendária, no último dia 9, acusado de articular a distribuição de propina no montante de R$ 30 milhões para políticos, empresários e servidores.

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“Inicialmente, alega o requerente que não deveria figurar como indiciado no inquérito policial instaurado pelo Ministério Público Estadual para apurar os desvios de dinheiro público ocorridos no âmbito do Detran, uma vez que teria colaborado com as investigações, devendo ser beneficiado pela delação premiada”, diz trecho do documento que sugere o acordo.

Roque Anildo também teria ameaçado o ex-diretor da EIG Mercados, José Kobori, por causa do rompimento no contrato entre a EIG e a Santos Treinamento (empresa supostamente usada para lavar o dinheiro desviado do Detran), em 2014.

“Além disso, no que concerne à suposta ameaça realizada em face de Valter Kobori, alega o requerente que esta teria, em tese, ocorrido no ano de 2014, de modo que o lapso temporal existente até os dias de hoje não autorizariam a decretação de prisão preventiva, bem como menciona que no depoimento de José Ferreira Gonçalves Neto não consta a existência de nenhuma ameaça”, afirma o texto.

As investigações apontam, ainda, que Roque Anildo Reinheimer também ameaçou o executivo da EIG, José Henrique Gonçalves, com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para apurar o esquema caso a propina não fosse paga.

“Acerca da alegada extorsão na qual teria recebido o valor R$ 50 mil, aduz que este teria decorrido do pagamento de sua cota parte de 7,5% do faturamento médio mensal da empresa EIG Mercados”, explica o sócio da Santo Treinamentos.

O pedido deve ser analisado pelo MPE, que vai avaliar se pede ou não a soltura de Roque Anildo, no entanto, a decisão de soltura do acusado será do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), José Zuquim Nogueira, relator do processo.

Operação Bereré

A Operação Bereré foi desencadeada no dia 19 de fevereiro, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que vasculhou a Presidência da Assembleia, bem como o gabinete de Savi, além das casas dos dois parlamentares. A casa de Savi localizada em Sorriso também foi alvo de mandado de busca e apreensão.

As investigações tiveram início na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Defaz), sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo Naco Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília (DF), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar, por meio do Bope. 

No entanto, no último dia 9 de maio, foi deflagrada a Operação Bônus - que é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Operação Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas.

Naquela data, foram expedidos pelo Tribunal de Justiça, seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão.

Foram presos o deputado Mauro Savi, afastado do cargo parlamentar, os advogados Paulo e Pedro Jorge Taques, os empresários Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”, além do ex-diretor-presidente da EIG Mercados, Valter José Kobori.

A investigação apura esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propina, por meio de contrato da empresa EIG Mercados e o Detran, na ordem de R$ 30 milhões, que operou de 2010 a 2016.

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