KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso abriu inquérito civil para “fiscalizar a conservação dos 40 vagões do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), comprados, na Espanha, pela extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), por R$ 500 milhões, e que começaram a chegar em Mato Grosso em novembro de 2013, embora não houvesse, àquela época, qualquer sinal de que o empreendimento estava em fase final e que o modal já começaria a circular.
A decisão de instaurar inquérito tem como base “irregularidades constadas no 23º Relatório Gerencial elaborado pelo Consórcio Planservi/Sondotécnica, na Identificação de Problema (IP)”, empresa contratada pela Secopa para acompanhar o andamento do projeto.
Há um ano o RepórterMT constatou, além da poeira nos vidros e sinais de ferrugem no sistema de rodagem, o que pode comprometer o deslizamento nos trilhos, quando for usado.
Há um ano, em abril de 2015, já havia sinais de desgaste nos vagões. Ao acompanhar a inspeção técnica, no Centro de Manutenção e Controle Operacional do modal, a equipe do constatou, além da poeira nos vidros e sinais de ferrugem no sistema de rodagem, o que pode comprometer o deslizamento nos trilhos, quando for usado.
O objeto do inquérito é garantir a manutenção dos vagões que, há dois anos e cinco meses, estão parados no pátio de operações do modal, em Várzea Grande, ao lado do Aeroporto Marechal Rondon. Como a obra do VLT está parada desde janeiro de 2015 e ainda sem previsão de conclusão, os vagões ficam expostos ao tempo – chuva e sol - e a tendência é que sofram desgaste.
O Consórcio VLT disse que faria, de acordo com o plano do empresariado, a manutenção dos vagões por dois anos, um antes da vistoria de 2015, e um depois, o que quer dizer que este compromisso empresarial terminou.
O Consórcio faria a manutenção dos vagões por dois anos, um antes da vistoria de 2015, e um depois, o que quer dizer que este compromisso empresarial terminou.
A inspeção técnica foi acordada em audiência de conciliação dia 7 de abril de 2015, no processo sobre os destinos do VLT. No Judiciário, desde então o governo do Estado e o Consórcio VLT tentam entrar em acordo, mas sem sucesso.
Em audiência, as partes envolvidas – Governo do Estado e VLT – definiram que seriam feitas intervenções técnicas compartilhadas de 15 em 15 dias, até o prazo final de 75 dias, quando as empresas apresentariam, em juízo, cronograma de execução até 2018, o que não aconteceu porque o governo conseguiu suspender o andamento do processo para fazer um estudo de viabilidade do modal.
O estudo foi apresentado este mês no Judiciário e indica a inviabilidade econômica e social do VLT para a região metropolitana. O estudo mostrou ainda que foram comprados nove vagões a mais do que seria necessário. O secretário de Estado de Cidades, Eduardo Chileto, ao apresentar o estudo à imprensa, este mês, disse que o governo estaria fazendo tratativas com a União, na tentativa de vender os vagões sobressalentes para outro estado, que tenha projeto de VLT em andamento ou como plano para um futuro próximo.
O VLT é o foco do contrato mais caro entre os 34 assinados em prol da realização da Copa do Mundo em Cuiabá, para melhorar a mobilidade urbana da cidade.