RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) disse que já determinou à Procuradoria-Geral do Município (PGM), que faça um estudo jurídico sobre as denúncias feitas pelo ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia e os médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer de que houve pagamento mensal de propina a agente público, para que empresas ligadas a eles mantivessem contratos com Hospital Municipal São Benedito.
Os três são réus da Operação Sangria, que investiga fraude na saúde do Estado e do Município. Eles tiveram liberdade concedida na última sexta-feira (03), pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
“Já determinei à PGM que faça o estudo jurídico e entre em contato com os órgãos de controle e investigação. Estou pronto para que a transparência seja dada. Parece que foi uma licitação de 2015 onde houve um cartel entre as empresas”, respondeu o emedebista.
“Já determinei à PGM que faça o estudo jurídico e entre em contato com os órgãos de controle e investigação. Estou pronto para que a transparência seja dada. Parece que foi uma licitação de 2015 onde houve um cartel entre as empresas.”, respondeu Emanuel.
No entanto, Emanuel declarou que antes de apresentar uma apuração detalhada, o Município vai aguardar a divulgação da suposta delação premiada firmada pelos médicos alvos da Sangria.
“Vamos esperar a divulgação, quanto antes, da delação e as comprovações para que o processo possa ser iniciado”, declarou.
“O que depender da Prefeitura de Cuiabá as portas estarão abertas para a transparência e elucidação de todos os fatos e apoio total aos órgãos de controle e investigação. E caso tenha responsáveis que paguem no rigor da lei”, acrescentou o prefeito.
O posicionamento de Emanuel Pinheiro ocorre após Huark, Fábio e Luciano afirmarem que vão confessar à Justiça detalhes de como eram feitos os pagamentos de propina do São Benedito de outros contratos. Diante da colaboração, a juíza Ana Cristina Silva Mendes informou não existir mais razões para a manutenção das prisões que haviam sido determinadas com o objetivo de inibir possível obstrução nas investigações, como destruição de provas e ameaças de testemunhas, mantendo a ordem pública.
O acordo de colaboração premiada segue em segredo de Justiça.
Operação Sangria
A investigação da Operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados à Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.
Segundo a apuração, a organização mantinha influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado.
Leia mais:
Ex-secretário preso na Operação Sangria retira pedido de habeas corpus no STJ
Processo da Operação Sangria será remetido à Justiça Federal