facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

16 de Abril de 2019, 10h:20 - A | A

PODERES / ESCUTAS CLANDESTINAS

Corregedoria do MP vai investigar suposta participação de promotores

O cabo Gerson Corrêa, principal operador dos grampos, afirma que promotores teriam ordenado escutas telefônicas de maneira ilegal.

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges afirmou que a Corregedoria do Ministério Público do Estado (MPE) irá investigar  o suposto envolvimento de promotores no esquema de escutas ilegais em Mato Grosso, nacionalmente conhecido como "Grampolândia Pantaneira".

A investigação  foi comentada pelo chefe do MP, na segunda-feira (15), após reunião com o governador Mauro Mendes, no Palácio Paiaguás.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

O procurador-geral de Justiça reforçou que se ficar comprovado que os promotores cometeram o crime, "eles terão que responder pelos atos”.

Destacou que a Corregedoria ficará à frente das investigações e que o MPE vai apurar a suposta participação de seus membros na grampolândia, assim como o Tribunal de Justiça está investigando os magistrados: "Cada um vai investigar o seu".

O inquérito da Corregedoria deve ser respaldado no depoimento do cabo da Polícia Militar Gerson Corrêa, considerado o principal operador das escutas telefônicas ilegais.

O depoimento dele ocorreu em agosto do ano passado ao promotor Allan Sidney do Ó Souza, que interrogou Gerson sobre o crime. À época, Sidney afirmou que encaminharia os documentos apresentados pelo cabo ao Tribunal Superior de Justiça (STJ) e à Corregedoria do Ministério Público (MPE).

Segundo Gerson, seria comum a determinação das escutas telefônicas, sem o devido processo legal, por parte dos promotores que atuavam no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Afirmou que até hoje a maioria das ordens de interceptações são originadas a partir de decisões judiciais diversas, que não possuem relação com a investigação do caso.

Nisso, segundo o cabo da PM, muitas das operações do Gaeco nasceram a partir desse vício processual.

Uma delas, conforme o cabo, seria a operação Ouro de Tolo, em 2015, quando foram inseridos os dados telefônicos do ex-governador Silval Barbosa e de seus filhos Ricardo, Rodrigo e Carla Barbosa.

Gerson disse, em depoimento, que os grampos foram feitos de maneira ilegal, pois Silval e os filhos não estavam sendo investigados pelo crime em questão, no caso um suposto desvio de dinheiro público da Secretaria de Estado de Assistência Social (Setas).

O cabo detalhou que a investigação era apenas em cima da ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa, que entre 2010 e 2014 comandou a Secretaria.

Gerson também disse que em 2014 teria levado os fatos ao conhecimento do então chefe do Gaeco, o promotor Marco Aurélio.

"Eu levei essa situação - sobre a origem inicial desses procedimentos ilícitos - ao doutor Marco Aurélio, mas nada aconteceu", disse durante ao promotor Allan Sidney do Ó Souza

Na época do depoimento, o Gaeco negou, por meio de nota, a prática de barrigada de aluguel. Salientou que não é vedada a utilização de dados cadastrais obtidos em investigações e que isso não pode ser confundido com interceptações ilegais.

Leia mais

Promotores do Gaeco podem responder por 'barriga de aluguel' no STJ

 

Comente esta notícia