CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO
O promotor Marcos Regenold Fernandes, coordenador Núcleo de Apoio para Recursos (Nare) do Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão que determinou a liberdade do pastor Paulo Roberto Alves, de 52 anos, acusado de estuprar uma menina de 11 anos e uma adolescente de 16 anos, em Cuiabá.
O membro do MP afirma que mesmo o acusado não tendo antecedentes criminais, ele ainda apresenta perigo devido a seu poder de argumentação e influência.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Paulo foi preso em abril deste ano e obteve liberdade em 11 de outubro por decisão da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJTM) que teve o entendimento de que por ele não ter antecedentes criminais poderia ter a pena substituída por medidas cautelares alternativas.
O caso
No dia 12 de abril policiais militares que estavam em rondas viram quando duas garotas – A.N.A.S., de 11 anos, e C.A.S., 16 anos – foram deixadas pelo pastor em um matagal na Avenida das Torres, próximo ao Jardim Itália, em Cuiabá.
O pastor fugiu ao perceber que estava sendo monitorado pela Polícia Militar, mas foi preso em seguida. Ao serem questionadas pelos militares, as meninas confirmaram que conheciam Paulo e que saíram com ele para manter relação sexual em troca de dinheiro.
O pastor, que já foi candidato a vice-prefeito por Cuiabá, foi acusado de estuprar as garotas que teriam recebido R$ 150 pelo programa.
A adolescente de 16 anos ainda relatou que, após ter visto a viatura, o pastor ligou para ela oferecendo mais R$ 200 para que o ocorrido não fosse relatado.
Ele foi detido e encaminhado para a Central de Flagrantes, onde foi reconhecido pelas vítimas. O pastor passou por uma audiência de custódia no Fórum da Capital onde teve a prisão preventiva decretada e depois de seis meses preso em regime fechado, teve a reversão da pena.
Durante todo o processo o pastor sempre alegou inocência e se dizia perseguido pela igreja e que tudo era armação contra ele.
Persuasão pela internet
Após 50 dias fora da prisão, o pastor gravou um vídeo e compartilhou no Facebook agradecendo todo o apoio que recebeu da comunidade evangélica durante o período em que ficou preso e disse, novamente, ser inocente.
Na gravação, ele explica que o vídeo foi uma alternativa encontrada para responder às centenas de mensagens recebidas.
“Não é desdenho da minha parte, mas só agora recebi mais de 180 mensagens enquanto fui ali pentear o cabelo. Então não tem como responder. Este vídeo é para responder a todos”, afirmou o pastor.
No vídeo ele também afirma que vai viajar pelo Estado realizando milagres.
Leia mais
Preso acusado de estupro, pastor promete fazer milagres; veja vídeo
Juiz mantém prisão de pastor acusado de abusar de duas crianças
Conselho Tutelar aponta relação entre pastor e garota de 15 anos que assistiu estupro
Pastor diz que igreja 'armou' caso de estupro de adolescente
Ex-candidato a vice-prefeito, pastor é preso por estuprar menina de 11 anos