RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO
Ronaldo Guilherme Lisboa dos Santos, que era considerado foragido da Operação Mantus, se entregou na manhã desta terça-feira (11), na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Ele atuava recolhendo dinheiro de jogo do bicho para a organização Ello, comandada por Frederico Müller Coutinho, principal rival de João Arcanjo Ribeiro em Mato Grosso.
O apurou que ele recolhia os valores em bancas de apostas espalhadas pela região que corresponde ao “grande CPA”, em Cuiabá.
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Após se apresentar com um advogado, Ronaldo prestou depoimento e foi encaminhado ao presídio.
Operação Mantus
A operação cumpriu 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, no dia 29 de maio deste ano. As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
Uma das organizações, conforme a polícia, é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
O comendador
João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, sendo o maior “bicheiro” do Estado, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de Reais em impostos, entre outros crimes.
No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.
O comendador II
O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.