Isa Sousa Teve início na madrugada desta quinta-feira (8) a Operação Araguaia, realizada pela Polícia Federal nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. O objetivo é desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína e maconha. Na operação, trabalham cerca de 100 policiais federais.
Até agora, já foram 17 pessoas presas, entre elas um policial militar de Goiás, oito pessoas estão foragidas e 20 mandados de busca e apreensão já foram cumpridos. Dos 25 mandados de prisão expedidos, três eram contra pessoas soltas ontem (7) e quatro contra pessoas que já estavam presas. Não há informações sobre o material apreendido, segundo a Polícia Federal.
Após interrogação que está sendo feita, agora pela manhã, em Barra do Garças (508 km a Leste de Cuiabá), os presos serão encaminhados para a Penitenciária Central do Estado, na Capital, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
A investigação, realizada pela Delegacia de Polícia Federal de Barra do Garças começou a ser realizada em junho de 2009 e descortinou um esquema de tráfico de pasta base de cocaína e maconha.
Na época, os trabalhos investigativos resultaram na lavratura de 7 autos de prisão em flagrante delito, na apreensão de 421 kg de cocaína, 1.995 kg de maconha, 8 veículos, uma aeronave e de valores em moedas estrangeiras.
As substâncias entorpecentes eram fornecidas à organização criminosa por narcotraficantes bolivianos e paraguaios, segundo a Polícia Federal. A droga chegava ao Brasil por aeronaves e caminhões. Uma vez no país, eram redistribuídas com utilização de caminhões e veículos de passeio para traficantes de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e do Distrito Federal, onde eram comercializadas.
A última fase da ação era a 'lavagem de dinheiro', a fim de dissimular a origem e movimentação e dificultar o rastreio dos lucros obtidos com a comercialização pelos órgãos de fiscalização.
Segundo a Polícia Federal, a ação estatal não havia mostrado ser suficiente para estancar definitivamente a atuação dos investigados. As investigações mostraram que mesmo preso, alguns criminosos continuavam as atividades delituosas. Além das prisões e buscas, a Justiça Federal decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e o sequestro e indisponibilidade dos seus bens, direitos e valores.
Tráfico internacional
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico (arts. 33, caput, e 35, caput, c/c art. 40, I, da Lei n° 11.343/2006), com penas que podem ultrapassar 25 anos de reclusão. Além disso, alguns dos envolvidos responderão por lavagem de dinheiro (art. 1º, incisos I e VII, da Lei nº 9.613/98), cuja pena pode alcançar 10 anos de reclusão.
O nome "Operação Araguaia" faz alusão à região escolhida como base operacional pelos integrantes da organização criminosa.