MAYARA MICHELS
Já está virando rotina na Capital de Mato Grosso, casos em que separações de casais acabam em morte ou, pelo menos, em tentativa de assassinato. Os maridos não aceitam a situação e ameaçam as esposas com facas e armas de fogo. Nas últimas 24 horas, três mulheres, que queriam a separação foram vítimas de 'Maria da Penha" na cidade.
Na madrugada de hoje (24), Rosilene Engracia Camilo, de 39 anos, foi morta a facadas, pelo marido, após discutir sobre a separação do casal. Segundo vizinhos, Rosilene pedia a separação, e o marido negava a todo momento, chegando a ameaçar de morte.
Durante a madrugada ele a procurou e, após ouvir que estava separada dele, o marido sacou de uma faca e desferiu vários golpes na esposa. A filha do casal tentou proteger a mãe e também foi morta pelo pai, no momento de fúria. Depois ele fugiu em uma moto.
Também na madrugada, no bairro Novo Horizonte, o marido deu facadas na barriga da mulher, que pedia a separação. A vítima foi socorrida e segue internada em estado grave no Pronto Socorro de Cuiabá. O ex-presidiário, Clayton Emiliano de Arruda Silva, 30, foi preso em flagrante, após o crime. A esposa Jeani Fabiani Arruda Amaral, 30 - contou aos policiais que já havia registrado Boletim de Ocorrência, alegando que o marido já tentou lhe matar outras vezes por não aceitar a separação.
O casal tem 3 filhos. Clayton saiu há dois meses da prisão. Na manhã de hoje (23), voltou para o Presídio pelo crime de tentativa de homicídio.
TIRO
Na madrugada de ontem, a polícia registrou mais uma ocorrência de Maria da Penha, no bairro Jardim Brasil. Segundo o Boletim de Ocorrência, Maria Janaina de Araújo, pedia a separação do marido Ezequiel, quando o mesmo sacou de uma arma dizendo que apenas a morte iria separar os dois.
Maria levou um tiro no abdômen e caiu desmaiada no chão da sala. Ezequiel fugiu em seguida. Os vizinhos, ao ouvirem o barulho, correram para socorrer Maria. Ela foi encaminhada ao Pronto Socorro, onde passou por uma cirurgia e está em observação. Polícia busca por Ezequiel.
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POLÍCIA
De acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Claúdia Maria Lisita, a maioria dos crimes contra a mulher dentro de casa é decorrente a separação. “Não tem nenhuma estatística feita, mas a maioria das agressões que registramos contra a mulher, é envolvendo a separação. Em alguns casos, os homens não aceitam e começam a ameaçar. Em alguns casos chegam a agredir e até matar quando percebem que estão decididas”, disse a delegada.
A delegada orienta as vítimas para que assim que receberem a primeira ameaça, procurar uma delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência. “Se preferir, a vítima pode registrar o boletim de ocorrência em forma de uma denúncia anônima”, disse a delegada.
