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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

01 de Junho de 2017, 16h:30 - A | A

PODERES / ESCUTAS CLANDESTINAS

Governador descarta demissão de secretário acusado de 'comandar grampos'

O coronel Airton Benedito Siqueira Júnior da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) foi apontado em delação como um dos líderes do esquema de escutas ilegais, monitoradas pela PM.

RAUL BRADOCK
DA REDAÇÃO



O Governador Pedro Taques (PSDB) declarou, na manhã desta quinta-feira (1º), que não vai afastar o coronel Benedito Siqueira Júnior, atual secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), pelo fato de ele ser apontado como um dos mandantes do sistema de escutas clandestinas, monitoradas pela Polícia Militar de Mato Grosso assim como o coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante corporação, que está preso desde o dia 23 de maio.

O secretário foi apontado como um dos líderes das escutas clandestinas em depoimento da sargento da PM, Andrea Pereira de Moura Cardoso, na última sexta-feira (26), à Corregedoria da Polícia Militar.

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Além do local onde o ‘trabalho’ era realizado, a sargento revelou ter sido orientada por Siqueira Júnior, então comandante do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), a procurar o ex-comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa, que lhe ofereceria trabalho no setor de inteligência, junto com o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira.

“Eu não vi o depoimento da sargento Andreia, mas nós temos que entender que não devemos julgar as pessoas [coronel Zaqueu e Siqueira] sem o devido processo legal. Não faço isso com base em delações. Não faço isso com base em depoimentos, que são tomados não sei em que sentido. Nós vamos analisar”, declarou o governador.

Taques disse não tinha conhecimento do conteúdo do depoimento da sargento,  e que a demissão do secretário só pode ocorrer com o devido processo judicial.

“Eu não vi o depoimento da sargento Andreia, mas nós temos que entender que não devemos julgar as pessoas [coronel Zaqueu e Siqueira] sem o devido processo legal. Não faço isso com base em delações. Não faço isso com base em depoimentos que são tomados, não sei em que sentido. Nós vamos analisar”, afirmou o governador.

Em suas declarações, nesta quinta-feira (1°), no Palácio Paiaguás, o governador concordou que a situação é grave.

“O fato é gravíssimo. Tem que ser investigado. Suspensão é um procedimento judicial e não sei se eles cometeram esse fato [escutas clandestinas]. Nós não podemos demitir as pessoas com base em depoimentos e notícias de jornal”, argumentou.

Escutas clandestinas

O caso dos 'grampos' clandestinos foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança do Estado. Ele afirmou que o sistema era operado pela Polícia Militar entre os anos de 2014 e 2015.

O coronel Zaqueu Barbosa, está preso no Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope), após mandado de prisão expedido pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá.

O juiz Marcos Faleiros também determinou a prisão do cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, que seria operador do sistema ilícito.

Conforme a decisão, o ex-comandante da PM "mantinha contato pessoal com magistrados para viabilizar os grampos clandestinos, como também do CB PM Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos militares ilegais à Justiça”.

Força-tarefa

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), nomeou, na quarta-feira (31), o delegado Flávio Henrique Stringueta para comandar uma força-tarefa criada para investigar a conduta de policiais acusados de envolvimento em sistema de escutas telefônicas ilegais, monitoradas tanto pela Polícia Militar como Polícia Civil.

A ação objetivo investigar a participação de policiais nas ações de escutas clandestinas, de políticos, advogados, agentes públicos e jornalistas, que tiveram suas linhas telefônicas inseridas ilegalmente em pedido de interceptação telefônica, como se fizessem parte de uma quadrilha de tráfico de drogas internacional. Este sistema de inclusão ilegal é conhecido como "barriga de aluguel".

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