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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024

30 de Maio de 2017, 17h:50 - A | A

PODERES / ARAPONGAGEM

Oficial da PM conta que central de 'grampos' funcionava em prédio no Centro de Cuiabá

O local onde eram feitas as escutas clandestinas, monitoradas pela PM, está localizado na região central de Cuiabá, mais precisamente em uma sala do 6º andar do Edifício Master Center, na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 234.

CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO



Em depoimento prestado à Corregedoria da Polícia Militar, na última sexta-feira (26), a 3º sargento da PM, Andrea Pereira de Moura Cardoso, revelou que o local onde eram feitas as escutas clandestinas, monitoradas pela PM entre os anos de 2014 e 2015, está localizado na região central de Cuiabá, mais precisamente em uma sala do 6º andar do Edifício Master Center, na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 234, nas proximidades do Museu do Morro da Caixa D’Água Velha.

Conforme o documento, a policial informou ter sido orientada pelo então comandante do Centro Integrado de Operações Aéreas, Siqueira Júnior, a procurar o ex-comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa, que lhe ofereceria trabalho no setor de inteligência, junto com o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira. Ela ficaria responsável por ouvir policiais militares suspeitos de envolvimentos em crimes.

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Os dois oficiais foram presos na última terça-feira (23), pelo envolvimento no esquema, chamado “barriga de aluguel”, que monitorou políticos, advogados, empresários e jornalistas. Zaqueu foi apontado como o mandate do esquema pelo juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros.

Detalhes do local

A policial contou que o local utilizado para as escutas possuía dois cômodos. No primeiro, utilizado por ela, estavam duas mesas de escritório, dois computadores, fones de ouvido “e outro equipamento maior, que aparentava ser uma CPU grande”.

O segundo cômodo, onde ficava o cabo Gerson, estavam instalados armários e cerca de 15 celulares acoplados a um computador, além de mesa e cadeira de escritório.

“Ambas as salas permaneciam abertas. Nesse ambiente de trabalho, eu ficava sempre sozinha, no período das 13h até às 18h, aproximadamente”, relatou a oficial.

O imóvel ainda possuía uma sala sem móveis, uma cozinha, com conjunto de mesa e cadeiras, e um banheiro.

“Ambas as salas permaneciam abertas. Nesse ambiente de trabalho, eu ficava sempre sozinha, no período das 13h até às 18h, aproximadamente”, relatou a oficial.

Andrea informou que Gerson não aparecia com frequência no imóvel, porém com o aumento da demanda, outro policial, o cabo Clayton Dorileo, também passou a monitorar as escutas no mesmo cômodo em que ela ficava.

Ela disse que não se lembra quando começou a ouvir as interceptações, porém relatou ter encerrado as atividades na sala em julho de 2015. Em seguida, passou a fazer as escutas em sua própria casa, através de uma relação de pastas salvas no sistema de seu computador.

"Eu tinha por obrigação ouvir todos os áudios e anotar as partes importantes, com as respectivas datas e horários. Os áudios eram identificados, durante a conversa, na maioria das vezes, de policiais militares", contou a policial.

As pastas, segundo ela, continham os áudios salvos e selecionados para que ela pudesse ouvir, o que ocorria a cada quinze dias, sendo interrompido e restabelecido. Essa atividade permaneceu até meados de setembro de 2015. Ela ficou aguardando em casa até novembro, quando recebeu uma ligação para ir à Casa Militar, onde foi comunicada que seu serviço estava encerrado e passou a atuar em funções administrativas.

"Eu tinha por obrigação ouvir todos os áudios e anotar as partes importantes, com as respectivas datas e horários. Os áudios eram identificados, durante a conversa, na maioria das vezes, de policiais militares", contou a policial.

A oficial afirmou nunca ter escutado a deputada Janaína Riva (PMDB), desembargadores, juízes, médicos ou jornalistas. Apenas uma “traficante de nome Tati” (supostamente a ex-funcionária da Casa Civil, Tatiana Sangalli) e presidiários, que não soube dizer de qual cidade.

Para a Corregedoria da PM, Andrea disse se sentir na obrigação de prestar os esclarecimentos, uma vez ter cumprido ordens superiores, não havendo nada de ilegal em suas ações. Ela pontuou que não imaginava que as interceptações fossem ilícitas.

Durante o depoimento, a policial entregou de forma espontânea seu computador pessoal, sendo uma CPU da marca Positivo, que era utilizado em sua casa no sistema mencionado. Ela disse também que o computador teve seu disco rígido formatado, por volta de novembro de 2015, por orientação de Gerson.

Ao final do depoimento, os advogados de Andrea requereram que a PM garanta a segurança de sua carreira, uma vez que a policial teme por sua vida e a de sua família, e também de represálias na Polícia Militar.

 

Confira trechos do depoimento abaixo:

Álbum de fotos

RpMT/Reprodução

RpMT/Reprodução

RpMT/Reprodução

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Jovanil 31/05/2017

Invasão de privacidade é crime federal.policial federal já

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