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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

23 de Maio de 2012, 08h:41 - A | A

OPINIÃO / JORGE MACIEL

Valorizar quem constrói o futebol no Estado

JORGE MACIEL



Nos anos 80, o Sistema S (Sesi, Senai, Senai ...) sob a gestão da CNI, reconhecido pelos brasileiros pela eficiência e aações positivas na assistência, incentivo e formação de quadros profissionais e esportistas de jovens e adultos no Brasil, atravessou uma nova e feroz investida do governo, que, cego ou caolho, estava decidido a reformar e estatizar o sistema.

 

Patrocinadora do medalhista olímpico em Los Angeles e Seul, Joaquim Cruz, e de tantos mais, a CNI reagiu aos gestores do ar-condicionado e graduados no favor político-partidário divulgando uma campanha publicitária em que Joaquim Cruz recebia medalhas, na época, e letras garrafais lembravam: “O Sesi está mostrando lá fora o que alguns não conseguem ver aqui dentro”.

 

O encontro do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo com cronistas esportivos de Mato Grosso, vinculados à Associação Mato-grossense de Cronistas Esportivos (Amace), na manhã desta segunda-feira 21, durante visita às obras para a  Copa 2014, em Cuiabá, sabe-se lá se porque estamos mostrando lá fora o que alguns não conseguem ver aqui dentro, me fez lembrar esse episódio dos anos 84. Justificando que os jornalistas segmentados dos esportes e do futebol, principalmente estavam marginalizados – suas palavras --, Rebelo chamou os profissionais para pedir a contribuição dos mesmos para a materialização do projeto de criação do museu do futebol mato-grossense.  

 

E sua assessoria deixou claro  não querer um trabalho ‘oficialesco’, mas um acervo produzido e reunido pelos que militam na área, que estejam associados à Amace, que conheçam a fundo a matéria e que tenham público fidedigno, assíduo e  contínuo.

 

Como desconhecer a penetração do programa esportivo da CBN Cuiabá que é sintonizado, todos os dias, ‘britanicamente’ às 10,30h por quem mora no CPA, na área central, no Pedregal, no Altos da Glória, Três Barras? Como ignorar a força da Rádio Clube que, em Rondonópolis, em horário esportivo, atinge desportistas da praça dos Carreiros, no centro, e em alto som também irradia notícias para ouvintes inalteráveis do conjunto Rondon, no Jardim Assunção, da Vila Operária?

 

Ao contrário do que supõe a vã filosofia de alguns gestores ‘agabinetados’, sites esportivos como Craques do Rádio, Futebolpress, Site do Salaka, FutebolMT, citando-os como exemplo --, cravam diariamente de 28 a 45 mil acessos todos os dias, contra menos que 1.000 acessos de sites de política e variedades que, mesmo assim, sob critérios confusos, são lembrados para campanhas publicitárias e para eventos esportivos. Aliás, muitos deles [mal] feitos em computadores domésticos e nos dormitórios de pessoas que não têm graduação em jornalismo, não reuniram experiência, ou não possuem nem mesmo registro profissional.     

 

 Realmente, os jornais, sites, programas de rádio comprometidos com o futebol e com o esporte estão à margem dos planos, exceção para Brasília, pelos argumentos e observações do ministro. As campanhas publicitárias que tratam de investimentos em estrutura do futebol freqüentam TVs, sites de política, alguns de conteúdo sofrível e  baixa audiência, blogs de variedades, e passam léguas e léguas dos veículos esportivos, que, a rigor, têm publico significante e cativo. Assim mesmo, que me lembre, nem antes ou depois de 2010, quando do advento da Copa, a Amace, que tem representatividade e reúne os profissionais do segmento futebolístico e desportivo, jamais foi chamada para opinar, discutir ou para que seus associados fossem contemplados com campanhas. Em outras palavras e pelo que ficou implícito, foi isso que moveu o ministro Aldo Rebelo a convocar os profissionais e veículos, em todo o País, cidade a cidade.

 

Que as ponderações do ministro sirvam para colocar os pontos nos ís e que a categoria tenha seu valor reconhecido. Não por mal, mas alguns os gestores vêm há tempo pecando nesse quesito. É preciso que se execute política de comunicação  respeitando a quem faz. Não se deve fazer comunicação pretendendo ser legal, bom, bacana, ruim, mau ou perverso...

Ser bom ou ruim é fácil, difícil mesmo é ser justo.

 

*Jorge Maciel é jornalista em Cuiabá, diretor de Redação do site esportivo Futebolpress


A redação do RepórterMT não se responsabiliza pelos artigos e conceitos assinados, aos quais representam a opinião pessoal do auto.

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