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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

02 de Janeiro de 2012, 07h:40 - A | A

OPINIÃO / LOUREMBERGUE ALVES

Pessimismo e falta de grana

LOUREMBERGUE ALVES



Diz-se que a falta de dinheiro leva as pessoas a ficarem mal-humoradas. E não é para menos! Pois essa ausência subtrai-lhes o ânimo e a alegria, e a falta destes, muda o próprio comportamento de cada uma delas. Bem mais em quem já é, por natureza, ‘de lua‘. O que deixa evidente o pessimismo.

Atitude peculiar do português - de acordo com as más línguas. Com a crise, tal peculiaridade ‘deveria se tornar fortíssima‘, diriam. Pessimismo que, entretanto, não pode, nem deve ser confundido com a falta de educação.

Isso porque os lusitanos são educadíssimos e atenciosos por demais. Sobretudo com os visitantes. Quadro revelador. Revela a importância que eles dão ao turismo - atividade necessária à sua economia, não apenas em época de crise -, mas principalmente revela a postura exemplar de um povo.

A começar, por exemplo, ao respeito que tem pelas regras de trânsito. Aqui, aliás, as faixas de pedestres são, de fato, dos pedestres. Carro algum as ultrapassa quando uma pessoa pretende ‘atravessar a rua‘.

A velocidade não é impedimento para nenhum motorista. Independentemente do veículo que está a conduzir, ou da grana que tem no banco, ou do cargo que ocupa. Pois, principalmente no trânsito, o respeito à pessoa é fundamental.

Essa, aliás, é uma norma que deveria ser respeitada sempre. Particularmente no Brasil, onde o número de mortes por acidentes automobilísticos no perímetro urbano é maior do que o suportável.

Tudo porque o motorista brasileiro - na sua imensa maioria - ‘pensa‘ e ‘age‘ como se fosse o dono das ruas e das avenidas, nas quais ele pode ‘patrolar‘ o que encontrar pela frente.

‘Principalmente se for uma pessoa‘, uma vez que esta é vista - por certos motoristas - como alguém inferior, pois ‘não possui condução, por isso andas a pé‘. Daí toda a sua lista de desrespeito. Inclusive, a de si mesmo.

Retrato de um país que precisa mudar. Não só na sua moldura, mas, sobretudo no seu próprio desenho, que é todo traçado de forma equivocada. Caso contrário, o crescimento econômico alcançado - graças ao plano econômico e as boas condições dos mercados - não será instrumento de alcance do desenvolvimento. Este, talvez mais que aquele, exige respeito a todos os brasileiros.

Tratamento que se percebe por aqui. Não apenas aos oriundos do Brasil, mas de quaisquer plagas - distantes ou próximas. Igualmente aos espanhóis, com quem os lusitanos alimentam certo bairrismo. De igual forma se vê entre São
Paulo e o Rio de Janeiro, e entre Cuiabá e Campo Grande.

Apesar disso, os portugueses sempre se portam de maneira bastante amiga, com uma educação invejável. A formalidade - às vezes exagerada - não os impede de receber bem quem os procura.

Ainda mais quando esse alguém lhes pede uma informação a respeito de um dado lugar. As explicações são seguras e confortantes.

Esse, talvez seja o maior dos cartões postais das cidades lusitanas, as quais são todas recortadas por belíssimas paisagens que, juntas e entrelaçadas, formam estampas fotográficas extraordinárias - associadas, sem dúvida, à cortesia e a atenção da gente portuguesa. O que serve, de certo modo, de maquiagem para o seu pessimismo - todo particular.

Feliz Ano-Novo a todos.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista político.
[email protected]

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