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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

06 de Julho de 2012, 10h:05 - A | A

OPINIÃO / LOUREMBERGUE ALVES

O virar o jogo

LOUREMBERGUE ALVES



As composições partidárias são um fator importante em quaisquer análises políticas. Imprescindível, sem ser, contudo, o único. Detalhe, no entanto, ignorado por vários analistas que, de forma precipitada e equivocada, já saíram com a lengalenga de ‘virada do jogo eleitoral‘ na Capital mato-grossense. Isso não passa de ‘chute‘. É claro que a tal virada pode e tem tudo para ocorrer, e mesmo para esta acontecer seria necessário também outros fatores, os quais se somariam com as alianças apresentadas, em especial a do PSB/PR, PT/PMDB e a do PSDB/DEM.

 

Casamentos político-eleitorais quase perfeitos. Ainda que arranjados por força de interesses individuais e particularizados. Embora sem ter sido resultado de um pensar, de um projeto nascido e elaborado a partir da avaliação dos cenários que se tem, ou tinham. A improvisação e a falta de alternativas, portanto, obrigaram os coronéis partidários a se mexerem, e se mexeram no escuro. Razões únicas que possibilitaram a coligação, por exemplo, entre petistas e peemedebistas. Estes, aliás, preteridos pelos socialistas, perceberam a si próprios ‘completamente perdidos‘, pois não mais contavam com um nome à altura da candidatura própria;

enquanto aqueles se encontravam sozinhos, frutos da inabilidade em dialogar, negociar com as demais siglas. Apesar disso, PT e PMDB formam uma chapa ‘que vai dar o que falar‘. Principalmente se eles acertarem no discurso e nos motes de campanha, sem as estripulias tão corriqueiras e que ocasionaram derrotas eleitorais históricas, tais como as sofridas por Júlio Muller (1954) e Roberto França (1989) para adversários de última hora, que entraram no páreo - cada qual no momento histórico específico - para dividirem votos.

 

Divisão que pode repetir neste ano, com seis candidatos, e, desse modo, comprometer a situação privilegiada do empresário-socialista. Sobretudo quando se percebe que parte dos votos ‘considerados‘ seus pode, a partir de uma campanha organizada, migrar para os representantes do PT e do PSD. Não foi esta a intenção das lideranças peessedistas que, igualmente como as dos demais partidos, agiram inspiradas no improviso. Mas a indicação de um pastor na condição de vice, sem dúvida, desmontou parte da ‘estratégia‘ que levou à escolha do republicano para companheiro do socialista. Pois a imensa maioria de eleitores evangélicos, os quais foram decisivos na sua eleição e reeleição para o Parlamento estadual - sempre com a ajuda preciosa de chefes das igrejas - agora também migrarão para o PSD.

 

Os evangélicos, é bom que se diga, não votam mais juntos em uma única candidatura. Esvaiu-se o tempo em que figuras - bem posicionadas - faziam de determinadas comunidades evangélicas ‘currais eleitorais‘, e destes tiravam, para elas mesmas, proveitos individuais significativos.

 

Hoje, a estampa fotográfica é bem outra. Felizmente. Isso, entretanto, não deve descartar a briga por esses segmentos. Briga que se estenderá pelo voto da periferia, também desejado pelo PSOL e PPL. Daí a aposta do PSD, do PT e até do PSDB. Embora este último formasse uma chapa quase como resposta à constituída pelo PT/PMDB. Ainda que se saiba que nem o CRM, tampouco a OAB tem número bastante para decidir uma eleição.

A decisão cabe ao eleitorado de uma forma geral. Não de um ou outro segmento da sociedade, muito menos da chamada cuiabania. O que obriga a cada candidato a pensar a sua própria campanha, planejando-a à altura da competição, e esquecer o achismo e as opiniões apressadas.

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