facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

30 de Junho de 2020, 08h:28 - A | A

OPINIÃO / ARNO SCHNEIDER

O sucesso do agro – atual e futuro

Apesar de problemas climáticos, estamos comemorando novo recorde da safra de grãos



Apesar de problemas climáticos, estamos comemorando novo recorde da safra de grãos. Somos atualmente o 2º maior produtor e estamos caminhando rapidamente, sem a menor chance de retrocesso, para sermos os campeões mundiais de produção de alimentos.

Até 1970 não produzíamos nem para nosso consumo interno, e foi a partir dessa data que iniciamos a 1ª revolução agrícola do Brasil com o início da exploração do cerrado.

Aquelas terras que ao natural não retornavam nem a semente plantada estão hoje produzindo a dobradinha soja e milho em grande escala e outras culturas como algodão, cana, café, feijão, milho pipoca, girassol, trigo etc. Além disso, plantios empresariais de hortaliças como batata, cebola, alho e cenoura já são habituais no cerrado.

Este avanço só foi possível através da existência de uma pesquisa agropecuária competente e um produtor ousado, qualificado e aberto a novas tecnologias.

Estamos começando um novo ciclo virtuoso da agricultura que se consolidará nos próximos 10 a 20 anos e confirmará o Brasil como grande produtor de alimentos e fibras.

O principal fator será a revolução da pecuária, que já está acontecendo. A bovinocultura cuja tradicionalidade finalmente está capitulando, não resistirá ao avanço das modernas tecnologias.

Confinamentos empresariais e semi confinamentos nas fazendas, liberarão milhões de bois das pastagens. Cada boi engordado a pasto ocupa um hectare durante no mínimo um ano.

Áreas de cria que ocupam um hectare para abrigar 0,7 vaca, com técnicas de adubação de pastagens passarão a lotar duas vacas. É preciso  fazer crescer duas ou três folhas de capim onde antes só brotava uma.

Inúmeras fábricas que utilizam o milho como matéria prima estão se instalando, produzindo óleo, etanol e terão como subproduto milhões de toneladas de um farelo chamado DDG, rico em proteínas e fibras, ideal para a alimentação de ruminantes. O DDG vai revolucionar a engorda e a recria bovina.

Com este avanço a pecuária que utiliza mais do que duas vezes o território agrícultado do Brasil, disponibilizará terras de pastagem, com aptidão agrícola, em quantidade suficiente para dobrar a área cultivada brasileira.

Além da duplicação da área de plantio nacional haverá ainda ganhos de produtividade mediante novas técnicas de fertilização do solo e avanços na biotecnologia, que está apenas engatinhando.

Esse novo ciclo colocará o país como o maior produtor de alimentos.  Temos clima, terra, pesquisa agropecuária tropical e gente ousada e competente para sermos os campeões mundiais do setor.

Não precisaremos para tanto, desmatar mais nenhum hectare. Pelo contrário, a conservação de 65% do nosso território na forma nativa, será a maior propagandista dos nossos produtos.

Estamos sentados em cima de uma fábrica de alimentos.

O agro por si só já representa mais de 20% do PIB nacional. Quando incorpora a agroindústria, bancos, seguradoras, biocombustíveis, vestuário, transportes, celulose e todo comércio voltado para o agro, tem uma representação bem maior.

Este crescente poder econômico se traduz num equivalente poder político. Candidatos favoráveis aos anseios do agro, provavelmente terão mais chances de vencer as próximas eleições.

Vamos dobrar tudo isso que está aí.  

Arno Schneider é engenheiro agrônomo e pecuarista.

 

 

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia