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Cuiabá, 05 de Maio de 2024
05 de Maio de 2024

24 de Março de 2012, 10h:06 - A | A

OPINIÃO / PAULO ZAVIASKY

Exercitando a cidadania

PAULO ZAVIASKY



Desde criança ouço que todo cidadão deve exercer a plena cidadania candidatando-se a cargos eletivos de seu Estado ou cidade, a fim de doar séria contribuição em benefício da verdadeira democracia.

Um arregaçar de mangas em prol de serviço sério e honrado pela Pátria, mais ou menos como o serviço militar.

Mas, o que vemos por aí? Um amontoado dos mesmos personagens de sempre onde alguns calouros que conseguem furar esse bloqueio são descobertos pela PF, MP e forças vivas como herdeiros de safadezas.

Com as honrosas exceções que tanto conhecemos!

Pois bem, tive vários amigos que se atreveram a desafiar essa lei da gravidade política, candidatando-se a cargos eletivos em nossa cidade e Estado.

Nem dormiram direito e já acordaram com telefonemas, arruaças e sustos pelos jornais que estampavam manchetes acusatórias sobre suas vidas social, privada, pública e profissional.

Transformam-se, da noite para o dia, em fichas-sujas. Porque jogaram pedra no telhado do vizinho quando crianças, comeram as priminhas no fundo quintal atrás das frondosas bananeiras, aprontaram com a namoradinha ou “furaram” a entrada no Cine Teatro Cuiabá.

Por isso, os novos nomes que surgem pingados, tímidos e sem estardalhaços aqui, ali e acolá para a coragem cívica de colocar seus nomes para ser julgados e escolhidos pelo povo receberam o apelido de espermatozóides deficientes ou de muletas.

Explico: Cuiabá é conhecida no mundo por dois poderosos costumes lendários e eternos. O primeiro é o primor em apelidar todo mundo que coloca os pés na cidade verde. O segundo é a competência nossa em “encaixar” os apelidos com maestria que por si só define a cara absoluta do indivíduo.

Portanto, é comum na época dos programas ditatoriais obrigatórios encontrarmos tanta gente daqui soluçando de tanto rir. É que chegamos até a suprema arte de apelidar os próprios gametas com as suas deficiências visuais e oratórias, verdadeiros palhaços, na TV e no Rádio.

Além do fato de venerarmos a “urna eletrônica brasileira”, rejeitada pelo mundo inteiro que pensa e sabe o que aprontam por aqui, sem tiros, sem tanques, sem soldados e sem revolução ou guerrilhas, pois nesta semana o próprio Superior Tribunal Eleitoral acaba de constatar, após “aperfeiçoamentos” modernos, que alguns universitários conseguiram extrair da urna a lista por ordem de votantes.

Primeiro, admitiram que tiveram que aperfeiçoar a “urna”. Portanto, falar que colocavam até agora resultados invertidos ou et ceteras no rateio final, desde quando tal invenção “sensacional” foi admitida, é direito do povo. Por isso, repito, o povo ri do circo eleitoral brasileiro atual. E também chora!

O programa político obrigatório é o único que supera o BBB da TV Globo, outro baluarte da inteligência, cultura, honra e símbolo sagrado da nação brasileira.

Os candidatos deficientes jamais chegam aos óvulos dos poderes. Enquanto os mais espertos se aglutinam em quadrilhas que estão dando muito trabalho aos fiscais das leis e continuam com a saga dessas bandidagens com as quais o povo brasileiro até já se acostumou.

Os microgametas experientes percorrem a pista rumo ao macro, pilotando Jet-Sky, lanchas voadoras, helicópteros e teco-tecos. Traduzindo: os mesmos políticos de sempre são dotados de sólida base financeira do grupo organizado pela eternidade dos cargos.

Por isso, muitos preferem cargos e funções auxiliares por causa do jogo bruto mais acima. Se eu fosse governador, convidaria todos os ex-governadores para a formação de um Conselho que se reuniria uma vez por mês, pelo menos. Como prefeito, também!

Já imaginaram a credibilidade de um Conselho de Governo formado por Pedro Pedrossian, Rogério Salles, Maggi, Bezerra, Jaime, Júlio, Frederico Campos...? Sem citar os falecidos, por óbvio.

Ou a prefeitura daqui, com Aecim Tocantins, Alves Ferraz, Giunchiglio Luigi Bello, Manoel Palma, Gustavo de Arruda, Anildo Lima Barros, Wilson Coutinho, Alfredo Ferreira, Roberto França, Wilson Santos, cel. José Meirelles, Frederico Campos...?

*Paulo Zaviasky é jornalista em Cuiabá.

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