MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA
Qualquer que seja o resultado, estas eleições na Capital mato-grossense ficarão marcadas, não só pelo acirramento de ânimos de ambos os grupos que se engalfinharam na disputa pelo comando da prefeitura, mas, sobretudo, por se caracterizar, nitidamente, por uma divisão de classes.
De um lado, apoiado majoritariamente pelas classes A e B (alta e média) e o grande e médio empresariados, está o empresário Mauro Mendes, do PSB; e do outro, respaldado pela maioria dos segmentos sociais economicamente mais fracos, ou seja, as classes C, D e E, se encontra o vereador Lúdio Cabral, do PT.
Principalmente, o petista obtendo maior inserção na classe E, que saiu da linha abaixo da pobreza e emergiu para a chamada sociedade de consumo graças às políticas compensatórias e de redução da miséria que, a bem da verdade, começaram lá atrás, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, mas foram amplamente impulsionadas, num ritmo de expansão jamais visto na história brasileira (tão marcada por desigualdades profundas!), pelos governos petistas de Lula e, agora, com Dilma Rousseff, por coincidência, dois dos maiores aliados do candidato do PT à prefeitura de Cuiabá.
A rigor, a sociedade cuiabana experimenta, na verdade, um fenômeno político e ideológico pelo qual nunca passou antes em outros pleitos.
Mais precisamente, neste segundo turno tem a oportunidade de presenciar uma luta de classes, sem o ingrediente de luta armada – e ainda bem que seja assim! -, travada dentro de regras democráticas ditadas pelo Estado de Direito.
Com os dois lados, aqui e acolá, fazendo concessões pontuais a outros setores da sociedade, mas, na essência, mantendo características políticas próprias das classes e interesses que representam.
Somente por conter conotações dessa envergadura política, que a diferencia das demais disputas políticas já ocorridas em Cuiabá, além do fato de que o pleito está sendo disputado corpo-a-corpo, como numa grande batalha, já faz desta eleição um grande somatório de emoções.
E coloca Mato Grosso e sua Capital no rol das definições políticas com características mais ideológicas do que meramente a troca de pessoas do mesmo grupo no poder.
Isto posto, escolha a sua classe. Melhor explicado, o seu candidato!
MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é jornalista em Cuiabá.
