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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

01 de Setembro de 2012, 09h:41 - A | A

OPINIÃO / MOACYR FREITAS

Cuiabá e seu calor

Está na hora de reconhecermos que o poder público não possui aptidão para tratar o centro histórico de Cuiabá

MOACYR FREITAS



Vivemos em Cuiabá um calor exagerado. A temperatura sempre foi elevada, mas a sensação térmica é de desconforto motivado pelo excesso de radiação das edificações e das áreas pavimentadas. É necessário encararmos essa situação dando às pessoas que aqui vivem um “habitat” condizente com o amor que elas têm pela cidade.


Está na hora de reconhecermos que o poder público não possui aptidão para tratar o centro histórico de Cuiabá com o cuidado que ele merece para seu resgate histórico, como fora feito em outras cidades brasileiras. Seria muito bonito vê-lo com aparência dos tempos coloniais, com a simplicidade das construções, com lampiões nos postes e fachadas semelhantes às daquele tempo e calçamento de pedra cristal! Ver suas ruas, travessas e becos como eram, feitas para os pedestres e cavaleiros de outrora acostumados ao clima quente.


O tempo está passando e a população dominante de hoje não é mais aquela de raízes tradicionais cuiabanas ligadas às coisas do passado. Como cuiabano nato observo e sinto que poucos se interessam  por sentimentalismo cultural. Não se preocupam com a vivência dos antepassados, nem mesmo em reconhecer as ruas e praças que eles percorreram no seu dia- a- dia sob sol escaldante.


Cuidemos, portanto, da realidade dos dias presentes, do nosso bem estar cotidiano, mesmo na região central da cidade, lugar onde nossos ancestrais viveram. Creio que não havia ali tanto desconforto térmico.


Nossas ruas centrais, muitas delas estão despidas de vegetação. Não há árvores ou arbustos suficientes que venham produzir as confortantes sombras tão necessárias nos dias presentes. É urgente, o momento é este de cobrirmos densamente nosso centro histórico e arredores com árvores frondosas.  Vamos plantar mudas bem crescidas, mesmo no meio das velhas ruas, becos e travessas, desde que o IPHAN não nos proíba. Não haveria preocupação com o trânsito de veículos nestas vias, mesmo porque nelas ele não existe. Poder-se-ia mudar o meio fio de lugar para alargar as calçadas e nelas plantar as árvores, arbustos e gramas para formarem pontos de amenização.


O que importa é o conforto dos pedestres. No passado não era assim, sabemos, porém, não precisamos copiar esse tempo, uma vez que não se reproduzirá mais aquele ambiente colonial.


É necessário transformar parte das áreas centrais em tapete de plantas rasteiras que propiciem absorção do calor.  As calçadas alargadas poderão possuir apenas passarelas com entradas e saídas das garagens. Busquemos árvores que produzam sombras como verdadeiros guarda-sois pouco acima das nossas cabeças. Não precisamos copiar “figurinos” de outras capitais. Aqui é que há excesso de calor. Portanto, tenhamos uma cidade resgatada: nossa Cidade Verde.


Não esperemos mais. Vamos plantar muitas árvores e arbustos em toda cidade para substituírem aquelas dos grandes quintais arrasados. Depende apenas da boa vontade e amor a nossa Cuiabá. Deixemos de reclamar do calor e busquemos o nosso bem estar devolvendo à cidade o seu verdadeiro título de Cidade Verde.


A cidade cresceu muito e o poder público não observa isso.  É necessário considerar mais as pessoas do que os carros. Afinal, a cidade só existe porque as pessoas vivem nela.

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José Antonio Lemos dos Santos 01/09/2012

Como a parcela da populção tecnicamente especializada no assunto, os arquitetos e urbanistas marginalizados pelos poderes públicos devem trazer ao público as alternativas técnicas que existem para os problemas que vive a cidade, assim como está fazendo o professor Moacyr Freitas, que mesmo aposentado jamais se desvinculou de sua cidade natal seja através de suas pinturas descrevendo nossa história ou em importante artigo como este.

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