Deste das capitanias hereditárias até os meados da segunda metade do século XX, o poder foi delineado linearmente pela força incontestável e sem oposição a altura, principalmente, nos grotões pela aristocracia agraria.
Foram, porém quinhentos anos de poder sem interrupção e sem oposição consistente, para o restante da população não oligarquia como nós.
O poder era absoluto, universal e exercitado em todos os setores da sociedade e tinham um representante da aristocracia rural no comando.
Vem o século XXI. Não houve período de transição. A mudança foi abrupta e decadência fulminante. Hoje, o quadro é outro e a realidade é também..
As dinastias pretéritas foram sustentadas no poder até surgir à reforma agrária hereditária. Dividida, perdeu o diferencial e nivelou ao restante da sociedade.
No passado, o diferencial da terra chegou a ser tão poderoso que porções de terra respeitável valiam mais do que dinheiro vivo. Da terra não brotava somente alimentos e sim poder absoluto. O restante da plutocracia, vindo do comercio e da indústria, incipiente era absorvida pela grandeza da terra.
Para piorar a situação da oligarquia rural na contemporaneidade, a terra está mudando de mãos descaracterizando todo o passado majestoso da aristocracia rural.
Hoje, a terra de instrumento divino do poder passou das mãos aristocratas para a democratização profunda, levando a sua divisão ínfimaeliminando os antigos donatários.
As castas familiares foram destruídas. Hoje temos novos valores. Parece que o diferencial moderno deriva dos atributos virtuosos inerentes ao ser humano e não de coisas como a terra antigamente. A terra perdeu seu poderio e seus donos absolutos de um passado glorioso de quinhentos anos passando a desfazer, abruptamente, diminuída sua representatividade na contemporaneidade.
Da reforma agrária hereditária ao acesso democrático à terra, as pessoas antigas do ramo terão que mudar e conquistar novos instrumentos de sobrevivência, sem a grandiosidade de um passado que jamais voltará.
JUAREZ ALVARENGA é advogado e escritor.